quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Mais conhecimento sobre os pacientes e evolução dos medicamentos deixaram anestesias mais seguras



Fonte: Dr. Enis Donizetti Silva, anestesista e diretor de defesa profissional da Sociedade Brasileira de Anestesiologia e da comissão de ética do Hospital Sírio-Libanês.

A anestesia é segura? Esta é uma das principais perguntas de quem vai se submeter a procedimentos com anestesia ou sedação. E a resposta é invariavelmente “sim”. Com o avanço da medicina, estão tornando-se raras as complicações em decorrência das anestesias nos grandes hospitais.
 
Em primeiro lugar, houve um enorme progresso em relação à avaliação do paciente a ser submetido à anestesia, explica o dr. Enis Donizetti Silva, anestesista no Hospital Sírio-Libanês e diretor de defesa profissional da Sociedade Brasileira de Anestesiologia. “Antes de aplicarmos a anestesia, procuramos saber com detalhes as condições física e psíquica de cada paciente”, explica.
 
Pessoas que fumam, obesos, hipertensos, sedentários, diabéticos, aqueles em uso de algum medicamento ou que já foram submetidos a outras anestesias merecem cuidados especiais, por exemplo.
 
No Hospital Sírio-Libanês, depois dessa avaliação, uma equipe multidisciplinar discute com o paciente ou seus familiares o tipo de anestesia a ser usada (geral, parcial/regional ou local/sedação), seus benefícios e riscos. Com essas informações, cria-se um plano com medicações e doses diferentes, conforme o perfil de cada paciente. Para algumas pessoas pode ser necessário realizar exames extras ou consultas com outros especialistas para compor o quadro completo da avaliação pré-anestésica.
 
Além de conhecer melhor os pacientes, os procedimentos anestésicos se tornaram mais seguros devido às modernas tecnologias de monitorização dos pacientes, ao desenvolvimento de novos medicamentos e à capacitação dos médicos.
 
Hoje, enquanto o paciente está anestesiado, equipamentos modernos fazem o controle de sua pressão arterial, seu ritmo cardíaco, sua respiração e sua temperatura, por exemplo. A necessidade de sedação pode também ser estimada ao longo da cirurgia, de modo a administrarem-se apenas as quantidades necessárias de medicamento. Além disso, alguns novos medicamentos são capazes de agir apenas nas moléculas do sistema nervoso, produzindo os efeitos desejáveis dos anestésicos, com menos riscos e efeitos colaterais; e os médicos anestesistas são profissionais cada vez mais especializados.
 
A anestesia dura o tempo necessário para que o cirurgião faça seu trabalho. Não existem pessoas que não podem tomar nenhum tipo de anestesia nem quem seja totalmente resistente a essa intervenção. Por isso, o anestesiologista faz uma avaliação e escolhe o medicamento e a dose indicada para cada paciente e procedimento.
 
Quais são os possíveis riscos da anestesia?
 
Embora os eventos adversos envolvendo o processo da anestesia estejam menos frequentes, eles podem ocorrer. Aproximadamente 60% deles se referem à própria anestesia, quando há erro na escolha do medicamento ou da dose. Mas esses problemas podem também estar mais diretamente relacionados à cirurgia ou à condição física do paciente.
 
As complicações envolvendo a anestesia geralmente são respiratórias, cardiovasculares e alérgicas. As chances de esses problemas levarem à morte variam conforme as condições do hospital, especialmente os recursos tecnológicos disponíveis e a qualidade dos profissionais envolvidos. Nos melhores centros hospitalares do País, a incidência de complicação situa-se em torno de 0,4% a 0,6%, podendo atingir entre 5% e 7% nos locais com menos recursos.
 
Saiba mais sobre as anestesias no infográfico abaixo:



 

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