quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Médico é investigado por abandonar plantão no PS para dormir em hotel

Morador de Miguelópolis (SP) foi à polícia após ter que acordar plantonista.
Profissional será excluído da escala e ficará sem pagamento, diz Prefeitura.





Plantonista no Pronto-Socorro de Miguelópolis (SP), o médico Murillo Pimentel Rodrigues é investigado por abandonar a unidade de saúde durante a madrugada para dormir em um hotel da cidade. A denúncia chegou à Polícia Civil, que apura a suspeita de negligência médica.
 
A coordenadora municipal de Saúde, Adib Abraão, afirmou que Rodrigues será excluído da relação de profissionais que prestam serviço ao município e não receberá pelo plantão em que supostamente deixou a unidade, na última quinta-feira (3).
 
Procurado pelo Jornal da EPTV, Rodrigues não retornou as ligações para comentar o assunto.
 
Sem médico

 O caso foi denunciado pelo autônomo Neivaldo Freitas Osório, que levou a filha ao PS na madrugada de quinta-feira porque a menina estava com febre alta. Osório disse que chegou ao local às 4h11 e, após 50 minutos de espera, foi informado que o plantonista não estava no local.
 
“A atendente falou que ligou e não conseguiu falar com ele. A gente deduz que, quando o plantonista é de fora, está em hotel. Então, eu resolvi ir até o hotel e achei ele (sic). Depois de cinco minutos, custamos a acordar ele (sic). Ele falou: vou lá fazer um favor para você”, afirmou.
 
O autônomo Neivaldo Freitas Osório diz que encontrou médico dormindo em hotel durante o plantão
(Foto: Sérgio Oliveira/EPTV)
 
 
Ainda segundo Osório, o médico ficou irritado com a situação, mas voltou ao PS para realizar a consulta. O morador disse ainda que Rodrigues chegou à unidade às 5h17 e se recusou a colocar o horário de atendimento no prontuário da filha.
 
“Na hora que ele falou que estava fazendo um favor, eu disse que não era favor nenhum, que ele estava recebendo por isso. Ele continuou discutindo comigo o tempo todo. Ele achou que estava com a razão. Daí para frente, eu chamei a polícia”, relembrou.
 
Plantão presencial

 Colega de Rodrigues, a médica Cristiane Moisés explicou que todos os plantões no PS de Miguelópolis devem ser presenciais e têm carga horária de 12 horas, com intervalos para as refeições. Ela considerou a atitude do profissional reprovável.
 
“São 12 horas de plantão e a gente reveza para tomar café, almoçar. Ele deveria estar aqui. Não tem como eu julgar, porque não sei o que aconteceu com ele. Mas, realmente, era para estar no Pronto-Socorro. A gente não larga o plantão sozinho”, disse.
 
Punição

 Segundo a coordenadora de Saúde, que também é responsável pelas escalas no PS, os médicos não têm autorização para se ausentar da unidade durante o período dos plantões.
 
"Nós fazemos uma escala de plantão que é afixada tanto na sala de recepção, como na sala de enfermagem e na nossa sala. Eu fui surpreendida às 4h32 pela minha recepcionista. O comprometimento é do profissional. Para mim, foi uma falta de responsabilidade", disse Adib.
 
Ela afirmou ainda que o plantonista não prestará mais serviço na rede pública de saúde de Miguelópolis e o valor referente ao plantão em que esteve ausente será descontado do pagamento, que ainda não foi realizado.
 
"Eu já excluí ele da minha escala. Para receber é preciso prestar o serviço, depois você emite a nota. Como ele não emitiu, não vai ter esse plantão. Eu já o excluí e vou fazer uma justificativa junto ao jurídico da Prefeitura. Ele não vai receber esse plantão", concluiu.
 
Pronto-Socorro Municipal de Miguelópolis, SP
 (Foto: Sérgio Oliveira/EPTV)
 

Do G1 Ribeirão e Franca

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