domingo, 5 de março de 2017

Médica é afastada após morte de criança de 2 anos em São José, SP

Família diz que diagnóstico foi de virose; bebê morreu de parada cardíaca.
Afastamento é resultado de sindicância aberta para apurar a conduta dela.

Eduarda morreu na última quarta-feira (1º) em São José
(Foto: Arquivo pessoal/Ellen Alves)

A médica pediatra que atendeu Eduarda Alves, de 2 anos, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Putim em São José dos Campos, foi afastada do trabalho pela Prefeitura de São José dos Campos nesta sexta-feira (3). Uma sindicância vai apurar a conduta da profissional, acusada pela família da criança de ter cometido um erro de diagnóstico que levou à morte da menina. Preliminarmente, a administração municipal nega que tenha havido erro. (leia mais abaixo)
 
Eduarda morreu na última quarta-feira (1º) vítima de parada cardíaca. Segundo a família, a médica deu diagnóstico incorreto e medicação para tratamento de virose. A suspeita é que a menina tenha morrido em decorrência de uma pneumonia, após três paradas cardíacas - exames vão confirmar a causa da morte nos próximos dias.
 
A administração disse que a médica vai ficar afastada até o término da sindicância sobre o caso. A prefeitura não informou o prazo para conclusão do trabalho.
 
De acordo com a mãe da criança, Ellen Alves, a menina foi levada a duas unidades de pronto-atendimento com febre e vômito. No domingo (26) ela teria sido diagnosticada com virose, medicada e liberada - a prefeitura contesta esse atendimento. A mãe relatou que voltou na segunda (27) e terça (28), mas segundo ela, o diagnóstico foi mantido.
 
Com a piora do quadro clínico da filha, a mãe voltou à unidade do Putim na quarta-feira (1º), quando a menina passou por exames e foi diagnosticada com um quadro grave de pneumonia. Ela chegou a ser encaminhada para o Hospital da Vila Industrial, mas não resistiu e morreu.
 
Segundo o laudo, Eduarda morreu de insuficiência cardíaca não especificada, síndrome do desconforto respiratório, que é geralmente causada por uma lesão pulmonar, e choque séptico, que é o resultado de uma infecção que se alastra pelo corpo rapidamente e afeta os órgãos.

A família acredita que um erro dos médicos levou a menina à morte. A mãe informou que o caso será registrado na Polícia Civil e que quer que a morte da filha seja apurada.
 
Outro lado

 A prefeitura nega o erro e afirma que a criança recebeu toda a assistência possível, mas que mesmo assim abriu uma sindicância para apurar o caso. “A menina foi atendida pela primeira vez na última segunda-feira (27) com quadro de dor de garganta. Ela apresentava quadro suspeito de pneumonia dupla, que evoluiu rapidamente em seu organismo, levando-a óbito em pouco mais de 48h após o primeiro atendimento”, diz trecho da nota. Nesta nota, a prefeitura contesta a afirmação da mãe, de que a série de atendimentos teria começado no domingo. Para a administração, eles começaram na segunda-feira.
 
O governo ainda afirmou que o afastamento é procedimento e não significa que houve erro médico. A Secretaria de Saúde disse também que enviou amostras do sangue da menina para apurar a causa da morte para um laboratório em São Paulo.
 
Para a mãe de Eduarda, a decisão de afastar a médica é um alívio. "Eu fico um pouco mais aliviada. Ela precisava responder um processo ou até mesmo ser presa para pagar pelos erros que cometeu", afirmou a mãe da vitima, Ellen Eliane Alves. A menina foi enterrada na quinta-feira (2).
 
 

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