quinta-feira, 13 de abril de 2017

A imbecilidade dos médicos está se tornando insuperável e insuportável

Por Renato Rovai




Generalização é sempre algo bestial. Por isso, adianto, não quero generalizar aqui. Inclusive porque conheço muita gente boa praticando medicina. Gente que tem todo o meu respeito.
 
Como também há gente séria no jornalismo. E uma das coisas que mais se faz neste blogue é criticar a mídia.
 
Mas hoje, o alvo é outro. São os médicos. Porque eles andam ultrapassando todos os limites.
 
Um bando de idiotas que se arvoram em uma casta especial está acabando com a possibilidade de o Brasil avançar na área de saúde porque entende a medicina apenas como mercadoria.
 
E porque acredita que pode tudo, incluindo todos os tipos de desrespeito aos direitos humanos, não só aos seus pacientes, como também à sociedade.
 
Prefeitos brasileiros que atuam com responsabilidade sabem que não há categoria mais difícil para lidar do que a médica.
 
Mesmo quando se paga bons salários, são poucos os profissionais que trabalham as horas contratadas. Porque a corporação criou uma tal de hora médica, que não existe na lei, mas que vigora na prática.
 
Se o “doutor” tem que trabalhar 4 horas e deveria atender 12 pacientes em média neste período, ele atende 12 pacientes em 1h, 1h30 e se pica para o consultório que às vezes fica na frente do posto de saúde onde atua.
 
Não me peça para apresentar provas disso. Porque elas são abundantes e basta pesquisar no google para verificar a quantidade de reportagens que mostram médicos fraudando cartões de ponto.
 
Mas isso tudo vem sendo jogado para debaixo do tapete, como se fosse apenas um desvio de conduta individual. Como se não houvesse um problema estrutural ético que hoje afeta boa parte da categoria.
 
Ontem duas notícias relativamente bizarras estavam relacionadas ao comportamento de médicos. A agressão de um tal Marcos, cirurgião plástico que age de forma absolutamente escrota e violenta com a garota com quem mantinha relacionamento na casa do BBB. E a foto de um grupo de estudantes de medicina com a calça arreada fazendo com a mão a imagem de uma vagina, que viralizou nas redes.
 
Em ambos os casos, a resposta das entidades médicas foi um track. Não podemos nos pronunciar porque não se trata disso ou daquilo. Porque não diz respeito a prática médica e tal.
 
E vem sendo assim sempre.
 
Até porque essas entidades médicas foram criadas para proteger a corporação e nada mais.
 
Se você já viveu um erro médico na sua família sabe bem do que estou falando. Mesmo quando um outro profissional admite que seu colega de branco errou, ele não topa corroborar a denúncia. Se você vai a um órgão de classe fazê-la, será desencorajado o tempo todo.
 
Na lógica da ética médica está a defesa do colega antes de tudo. E assim vai se praticando no Brasil uma medicina pouco humana e irresponsável.
 
Mas isso é apenas parte do problema. O maior deles é que se perdeu o princípio humanista da profissão.
 
Converse com um jovem médico, com raríssimas exceções, e eu conheço algumas delas, eles buscam estudar especialidades que “deem dinheiro”. E reclamam de maneira absolutamente desrespeitosa de pacientes mais pobres quando têm de atendê-los.
 
Os médicos em geral são filhos da classe média alta, que gastam de 6 mil a 10 mil por mês para fazer um curso na área. E que depois de seis anos querem recuperar cada centavo do que “investiram”.
 
Sim, medicina como investimento. E um médico como uma empresa.
 
Outro dia ouvia uma conversa de um grupo de jovens médicos e o discurso de um deles, com o qual todos concordaram, me chamou muito a atenção.
 
Ele falava de sua carreira como se um projeto capitalista. Algo do tipo, meu objetivo para os próximos cinco anos é uma receita líquida de 40 mil mensais em média, se possível 50 mil. E depois desse período quero entrar num outro patamar.
 
E para chegar neste outro patamar ele alinhava cursos de especialização que faria e até contatos que buscaria manter em atividades sociais.
 
Em poucos momentos onde a conversa passou pelo SUS, neste grupo, foi para se falar de corrupção e de como é nojento atender essa gente que nem toma banho direito. Sim, um deles disse exatamente isso.
 
Sinceramente, amigos, hoje não tenho dúvida alguma de que vai ser preciso criar uma nova classe médica para se mudar o padrão de saúde no Brasil.
 
Com essa mentalidade majoritária, baseada numa formação que só seleciona filhos da classe média alta e com essas entidades que só se preocupam em defender que os privilégios da corporação se mantenham, o Brasil nunca terá um sistema de saúde público de qualidade.
 
Na área de saúde, a corrupção é um problema. Como em muitas outras áreas. Mas no Brasil, a forma como boa parte dos nossos médicos entende sua profissão e se comportam em relação aos seus pacientes e à sociedade é algo que contribui em muito para nos colocar no patamar atual.
 
O tal cirurgião Marcos e os meninos de calça arreada fazendo o gesto de uma vagina, infelizmente, não são exceções entre os seus.
 
Aliás, recordo-me de uma cena quando ainda estava no colégio e fui ver uma disputa esportivas universitária. O grupo de jovens da medicina entrou no ginásio da disputa explodindo galinhas com bombinhas que tinham bombinhas sido colocadas nas suas cloacas. Morriam de rir.
 
Como também sempre foram os mais agressivos nos trotes. E os mais violentos nas festas.
 
Enquanto isso for sendo tratado só como exceção, você, amigo paciente, terá muito do que reclamar.

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