Ângela Mariano faleceu no último sábado; familiares apontam ausência de aparelho de tomografia e falta de ambulância com UTI
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Familiares disseram que Ângela não recebeu tratamento adequado ao dar entrada na emergência com AVC
Felipe Rodrigues |
PORTO REAL
A família deÂngela Mariano da Silva, de 46 anos, que faleceu na madrugada do último sábado, dia 15, no Hospital Municipal, procurou o A VOZ DA CIDADE para denunciar negligência. Ângela deu entrada no hospital por volta das 21 horas de quarta-feira, dia 12, apresentando, segundo familiares, suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. A moradora foi atendida na emergência do hospital, mas, de acordo com os seus familiares, devido à inexistência de um médico neurologista, a ausência do aparelho de tomografia e a falta de uma ambulância com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel para poder transferir em tempo a paciente, não foram dados o diagnóstico e atendimento necessários.
A família da vítima relatou que Ângela estava bem durante todo o dia de quarta-feira e que no período da noite se sentiu mal, sendo levada à emergência e ficou internada. Na quinta-feira, dia 13, durante a tarde a paciente já havia sofrido morte cerebral, segundo disseram seus familiares, mas foi levada até o hospital do município vizinho, Resende, para fazer a tomografia e retornou ao Hospital Municipal de Porto Real, na madrugada de sábado, dia 15, quando faleceu.
Os parentes da vítima informaram que o hospital não ofereceu os primeiros socorros que a paciente necessitava, como não a ter levado direto ao Centro de Terapia Intensiva (CTI). Disseram que se isso - socorro -, tivesse acontecido poderia ter um diagnóstico em tempo delater sido tratada. A irmã de Ângela, Vera Lúcia Mariano da Silva, que é técnica em enfermagem, afirmou que essa falta de suporte na saúde do município é um descaso com a população e que a sua irmã não teve o direito nem de morrer com dignidade. “Se ao menos ela tivesse tido o atendimento correto, porque nós sabemos que quando o cérebro para, não tem mais jeito, mas eu trabalho em hospital e eu sei que toda pessoa merece receber todo o cuidado necessário até o último minuto de vida e com a minha irmã não foi assim”, explicou Vera Lúcia.
Segundo ela, para a paciente conseguir ser transportada até a emergência de um hospital de Resende para fazer a tomografia, foi preciso que os funcionários do hospital adaptassem a ambulância que estava disponível no Hospital Municipal para que ela atendesse como uma UTI móvel. “É muito difícil você ver sua irmã morrer dessa forma. Não adianta um hospital ter médicos se não tem suporte, porque um médico não consegue salvar a vida de um paciente se não tiver uma estrutura. Eu perdi a minha irmã, mas o nosso apelo é pra que esse descaso não se repita com outras pessoas”, concluiu Vera Lúcia.
SINDICÂNCIA
Em nota a Prefeitura de Porto Real informou que lamenta o falecimento da moradora Ângela Mariano ocorrido no último fim de semana e se solidariza com a dor de familiares e amigos. “Nesta segunda (ontem), dia 17, em função dos relatos de familiares, a Secretaria de Saúde começou a reunir a documentação necessária com vistas à abertura de uma sindicância para apurar eventuais responsabilidades nos procedimentos adotados no caso em tela”, diz a nota enviada.
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