quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Médica acusada da morte de paciente após lipo tem audiência em Goiânia



Solange morreu nove dias após fazer lipo e pôr silicone nos seios
 (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)


A Justiça realizou nesta terça-feira (6) audiência de instrução do processo contra a cirurgiã plástica Camila Jorge Domiciano, no qual ela reponde pela morte de uma paciente. Segundo a investigação, a comerciante Solange Aires de Araújo, de 40 anos, foi a óbito dias depois de passar por uma lipoaspiração e colocar implante de silicone com a médica.
   
A mulher morreu no dia 12 de setembro de 2014, nove dias após o procedimento. Neste caso, a profissional responde pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ela já foi suspensa pela Justiça por 90 dias em virtude de outro caso , no qual é acusada de causar deformidades nos seios de uma paciente após fazer um implante de silicone. 
   
A sessão aconteceu na 12ª Vara Criminal de Goiânia . Camila compareceu, mas não foi ouvida. Um médico que atendeu Solange quando ela estava na UTI foi arrolado e respondou às perguntas como testemunha. Já o marido e o filho da vítima falaram na condição de informantes. Outras duas irmãs da mulher serão ouvidas por meio de carta precatória. Uma nova sessão está prevista para o próximo mês de novembro.
   
A advogada da médica, Luciana Luiza de Castro, disse que os fatos serão investigados. Segundo ela, nesse processo já existe um laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) que diz que a paciente teve embolia pulmonar. “Acreditamos que a justiça irá esclarecer os fatos. Minha cliente sente muito pelo acontecido, mas foi uma fatalidade inerente ao procedimento realizado”, afirmou. 
   
Morte após cirurgia 
            
 Segundo o advogado da família, Jairo Ribeiro, a comerciante fez as cirurgias no dia 3 de setembro de 2014, em uma clínica do Setor Bueno. Mesmo reclamando de dores, ela recebeu alta no dia seguinte e foi para casa
   
"Ela sentia falta de ar e muitas dores nas costas. Antes do retorno, agendado para o dia 8 daquele mês, a família tentou marcar com a médica, mas só conseguia falar com a secretaria. Depois ela a atendeu duas vezes: na primeira, disse que estava tudo normal; já na segunda, ela foi encaminhada a uma UTI", disse ao Site .
   
Solange foi transferida para um hospital, mas não resistiu. O marido dela, Cleiton Mendonça de Araújo acredita que houve erro médico e diz que tudo seria diferente se a profissional tivesse prestado socorro à paciente de forma correta.
 
"Se fosse no início, tudo seria diferente. A gente não estaria aqui passando por isso. O que a gente espera é justiça. É muito difícil para toda a família. Até hoje a gente sente muito. Ela era uma pessoas alegre, inteligente e muito presente na família", lembra.
   
Outros processos 
            
Camila foi suspensa por 90 dias em virtude de um inquérito da Polícia Civil, no qual relata que a profissional fez cirurgia para colocação de próteses de silicone em uma paciente e a deixou com deformidades nos seios.
   
Segundo a polícia, o procedimento cirúrgico foi realizado no ano passado, em Inhumas , na Região Metropolitana da capital. A vítima, uma mulher não identificada, ficou com sequelas permanentes, conforme atestado por exames no Instituto Médico Legal (IML).
   
Ela procurou a Delegacia de Inhumas no começo deste ano e denunciou o caso. A paciente disse ao delegado que a médica chegou a fazer outros dois procedimentos para tentar reverter as deformidades, mas não obteve sucesso.
   
Na ocasião, a defesa de Camila disse que não houve erro médico durante o procedimento, e sim uma intercorrência. 
         
Uma segunda vítima já procurou a polícia para também denunciar a médica . A defensora dessa terceira mulher, Nycolli Araújo Soares, afirma que a profissional não prestou atendimento após realizar a cirurgia.
 
 
Justiça afastou médica por 90 dias para investigação sobre erro médico
 (Foto: Reprodução/TV )
 
 
 

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