Pais de uma criança de seis meses de idade prestaram queixa, nesta quinta (19), contra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), situada no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Eles acusam a unidade de saúde de erro médico. A filha deles morreu um dia após uma médica tê-la atendido e não ver urgência no caso.
Em depoimento, os pais da criança contaram que, no último dia 3 de agosto, a filha apresentou sintomas de gripe e tossia muito. Preocupados, eles levaram a menina à UPA, que fica no Centro do município. A criança foi atendida e o caso notificado como não urgente, conforme informa um documento da unidade de saúde assinado pela médica que realizou a consulta.
O relato médico diz ainda que a menina entrou na UPA às 12h37 e saiu às 13h36, ou seja, menos de uma hora entre o diagnóstico, o atendimento e a liberação da paciente. “Ela [a médica] disse que era uma virose, uma gripe, e passou um lambedor caseiro. Era horário de almoço e ela estava com pressa para almoçar. Ela deu alta e eu levei minha filha para casa”, disse o pai da criança, Álvaro Costa.
De acordo com Álvaro e a esposa dele, Daniele Pereira, a menina continuou com os mesmos sintomas e, quando acordaram na manhã seguinte, descobriram que ela estava morta. O Hospital Infantil do Cabo confirmou o falecimento, e o corpo foi levado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO). O laudo atesta que a menina morreu vítima de uma infecção generalizada e broncopneumonia.
A Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar se houve negligência médica. “Nós vamos averiguar de forma veemente para evitar outros casos nesse mesmo sentido”, afirmou o delegado Antônio Resende.
Em nota, a direção da UPA informou que a criança chegou à unidade sem febre, hidratada e ativa. Depois da consulta, a menina recebeu alta com as recomendações necessárias. Ainda de acordo com a UPA, é possível que tenha ocorrido o pródromo, um fenômeno clínico que pode indicar o início de uma doença antes que sintomas específicos surjam, dificultando o diagnóstico.
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