sábado, 18 de setembro de 2021

Pai acusa Hospital da Criança de erro médico com criança internada com Covid

 


Inconformado com o erro da equipe do hospital, o pai da criança lavrou boletim de ocorrência  

Em busca de atendimento para o filho de 2 anos, André Luiz Caixeta afirma ter passado por dificuldades no tratamento do pequeno contra a Covid-19 no Hospital da Criança. Segundo ele, equipe do hospital ministrou medicação de forma errada e poderia ter levado a criança a óbito. Inconformado com a situação, André Luiz lavrou boletim de ocorrência sobre o assunto e a enfermeira acabou recebendo voz de prisão por negar informações à polícia.

O diagnóstico positivo para a doença ocorreu no domingo (12) e dias depois, na quarta-feira (15), a criança precisou ser internada, devido a uma piora no quadro clínico. À reportagem do Jornal da Manhã, André explicou que na manhã dessa quinta-feira foi realizada a troca do medicamento no período da manhã e, de início, a criança parecia bem, brincando e conversando, até que começou a desfalecer. Preocupado, ele pediu que a médica que acompanhava o caso fosse acionada.

“Eu estava conversando pelo celular com a minha esposa e ele foi desfalecendo. Eu fui ver o que estavam dando para ele e vi que era soro, e perguntei se o soro dava sonolência. Passou um tempo, ele não reagiu, eu achei que era só sono mesmo. Até que eu chamei ela (a enfermeira) pela primeira vez, falei que ele estava com prostração, para a médica dele poder ir lá. Ela não deu retorno, não sei quantos minutos passaram. Eu chamei ela novamente, ela foi, retornou, disse que era do quadro de Covid a prostração, que ele estava com a temperatura medida, estava saturando bem, quando ela foi olhar a medicação e disse que estava correndo muito rápido. Aí ela foi lá e mexeu na quantidade de soro que estavam dando para ele”, relata André.

Apesar de a enfermeira ter arrumado a velocidade da medicação, a criança não apresentou melhora. Preocupado, André entrou em contato com o pediatra dele e com sua cunhada, que trabalha em um hospital em Uberlândia, que alertou André para que chamasse a médica com urgência, pois estava sendo aplicado soro glicosado na criança, o que poderia levá-la a óbito na quantidade em que estava sendo injetado.

“Foi quando eu fui novamente até a moça e perguntei se a médica estava vindo. Eu falei ‘Vocês estão dando soro glicosado para ele lá, e estava tudo aberto, eu já procurei saber com quem entende do assunto, e ele não poderia estar tomando essa medicação nessa quantidade’. Foi quando resolveram chamar a médica. Não chamaram a médica responsável por ele, era a médica do SUS, aí ela chamou a enfermeira, mandou tirar a glicose. Tiraram a glicemia dele, que já estava em 130, mesmo sem ele ter comido nada. E colocaram o soro fisiológico”, conta André Luiz.

A médica ainda falou que aquilo não poderia ter acontecido e que seriam tomadas providências, mas André chamou a Polícia Militar e lavrou um boletim de ocorrência, além de solicitar a transferência da criança para outro hospital. A enfermeira responsável, ao ser questionada pela PM, recusou-se a passar dados e, por isso, foi dada voz de prisão a ela. 

Jornal da Manhã tentou contato com a direção do Hospital da Criança para buscar um posicionamento referente ao caso relatado por André Luiz, porém, até o fechamento desta matéria não houve retorno. O espaço permanece aberto à manifestação.

Sem condições. Além dos problemas com a medicação, André Luiz relatou à reportagem do Jornal da Manhã que as condições do Hospital da Criança estão precárias. “Estávamos num quarto superquente, não tem ventilador, não tem álcool em gel; a alimentação que entregaram ontem (15) e hoje, eles não passaram para recolher; nesse período que eu fiquei aqui, não teve serviço de limpeza no quarto, nem no banheiro. A roupa de cama que eu pedi para trocar, eles me entregaram o lençol lacrado para que eu mesmo trocasse”, relata André.



JM Online




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