Nos dias 14 e 15 de janeiro, falta de oxigênio nos hospitais de Manaus levou a cidade a um cenário de caos.
Familiares de pacientes internados fazem fila para comprar oxigênio em imagem de 15 de janeiro
Documentos obtidos pelo Ministério Público de Contas indicam que 31 pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus nos dias 14 e 15 de janeiro, quando a capital atingiu o ápice da falta do insumo.
Nesses dois dias, falta de oxigênio nos hospitais de Manaus levou a cidade a um cenário de caos: com recordes nos casos de Covid, a cidade precisou enviar pacientes que dependiam do insumo para outros estados. Parentes de pessoas internadas tiveram que comprar cilindros com o gás por conta própria.
O maior número de mortes foi registrado no SPA e Policlínica Dr. José Lins. Segundo ofício assinado pela diretora da unidade, Raimunda Gomes Pinheiro, foram sete óbitos no dia 14 e quatro no dia 15. O documento informa que os pacientes estavam internados e morreram pela interrupção no fluxo de oxigênio.
O SPA e policlínica dr. Danilo Corrêa registrou sete mortes. A diretora geral da unidade, Patrícia Castro, informou no ofício que apesar das mortes ocorrerem nesses dois dias críticos no abastecimento de oxigênio, a causa mortis de nenhum consta nos prontuários como asfixia.
Conforme dados do ofício emitido pelo SPA Alvorada, a unidade registrou três mortes no dia 14 e outras três no dia 15. Segundo documento assinado pelo diretor geral Jorge Amorim Filho, os óbitos ocorreram após a interrupção do fluxo de oxigênio.
O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) informou que registrou 4 mortes de pacientes internados, dependentes de ventilação, que morreram com a interrupção do fluxo de oxigênio. De acordo com o documento assinado pelo Superintendente do HUGV, Júlio Mário de Melo e Lima, a interrupção no fluxo de oxigênio no HUGV ocorreu entre somente entre 6h49h e 9h50h do dia 14, quando ocorreram esses óbitos.
No HUGV, nessas datas, acompanhantes tiveram de comprar o insumo para levar aos pacientes internados e médicos levavam cilindros nos próprios carros.
Na Fundação de Medicina Tropical foram 3 mortes no dia 14 de janeiro de pacientes dependentes de oxigênio, segundo informou o diretor-presidente da instituição, dr. Marcus Vinícius de Farias Guerra.
O G1 entrou em contato com o MPC e aguarda mais detalhes da investigação.
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