terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Médico do HGE é indiciado após declarar óbito de paciente ainda viva

 Equipe do hospital percebeu sinais vitais quando mulher já estava sendo transportada em saco funerário


Médico do HGE é indiciado após declarar óbito de paciente ainda viva

Um médico do Hospital Geral do Estado (HGE), de 42 anos, foi indiciado por negligência, pela Polícia Civil (PC), após declarar a morte de uma paciente que ainda estava viva. O caso que resultou no indiciamento aconteceu no dia 4 de julho deste ano e tinha como vítima Aldeci da Silva Ferreira, de 65 anos, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A investigação tocada pelo delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial (DP), apontou que o médico, cujo nome não foi revelado, declarou o óbito da idosa por volta das 17h, mas a equipe do hospital percebeu sinais vitais quando a paciente já estava sendo transportada em um saco funerário. 

Depois de ouvir testemunhas, funcionários do hospital, o delegado concluiu que houve negligência por parte do médico. Os relatos indicaram que Aldeci voltou para a sala de cuidados intensivos e faleceu somente às 21h10 do mesmo dia. 

REPERCUSSÃO

O caso teve repercussão à época. A irmã dela, Claudete Ferreira da Silva, procurou a polícia para pedir que o episódio fosse investigado, já que acusava os funcionários da unidade hospitalar de negligência.

Ela contou ao delegado que a Aldeci teve um mal súbito em casa, no conjunto José da Silva Peixoto, no dia 2 de julho, e foi levada ao HGE por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), onde permaneceu sob tratamento durante um dia na área vermelha, destinada aos pacientes com quadro mais grave.

"A denunciante contou que tomou conhecimento de que a irmã havia falecido e, ao chegar ao necrotério, percebeu que o corpo não estava lá. Ficou sabendo, no hospital, que um funcionário teria dado conta de que um paciente 'ensacado' estava se debruçando. Claudete descobriu que se tratava da própria irmã, que já tinha sido retirada do necrotério e voltado para a área vermelha", relatou o delegado.

Em nota, a assessoria de comunicação do Hospital Geral do Estado negou que a paciente tenha sido "ensacada" viva, mas admitiu que chegou a informar o óbito à família enquanto a idosa ainda apresentava reflexos.

A gerência do hospital disse que só irá se pronunciar quando for notificada oficialmente. 

Confira na íntegra:

A Gerência do Hospital Geral do Estado (HGE) esclarece que ainda não foi comunicada judicialmente sobre o caso e ressalta que só irá se pronunciar quando for notificada oficialmente, mas, afasta a tese de falecimento decorrente da falta de assistência médica. 

Salienta, no entanto, que, à época do fato, ocorrido no de julho, a paciente Audecy da Silva Ferreira, de 65 anos, recebeu como causa de óbito: disfunção de múltiplos órgãos e sistemas, choque neurogênico e hemorragia subaracnóide espontânea.

A Gerência do HGE informa, ainda, que está à disposição da Justiça para esclarecimentos e acrescenta que reclamações sobre o atendimento podem ser registradas na Ouvidoria SUS, através do telefone (82) 3315-7458.

Gazetaweb



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