quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

ANANINDEUA – Protesto contra hospital após morte de criança: família fala em erro médico e vai à Justiça

 

o menino Luis Asafe Balbis tinha 6 anos e era filho único. A família vai à Justiça em busca de seus direitos e fala em erro médico

A família do menino Luís Asafe Furtado Balbis, 6 anos, está indignada com a morte dele e promete ir à Justiça contra o Hospital Santa Maria, onde o garoto, que era asmático, deu entrada com insuficiência respiratória. A acusação é de erro médico, o que o hospital nega. O hospital é de propriedade do atual prefeito de Ananindeua, o médico Daniel Santos, que assumiu o cargo no mês passado.

Além de um boletim de ocorrência policial, com pedido de abertura de inquérito para apurar o caso, familiares, vizinhos e amigos realizaram manifestação em frente ao hospital, pedindo justiça. Uma dessas manifestações envolveu orações e pessoas de mãos dadas em frente ao estabelecimento de saúde. Segundo o BO feito na delegacia da Cidade Nova pela mãe da criança, Simone de Almeida Balbis, o menino foi levado ao Hospital Santa Maria, situado na Avenida Independência, em Ananindeua, no começo da noite da última quinta-feira (28), com quadro de insuficiência respiratória.

Na tarde do dia seguinte, 29, sexta-feira, ele passou mal logo após receber uma medicação para a realização de coleta de sangue. O garoto foi socorrido, reanimado entubado, mas o estado de saúde dele se agravou e Luís acabou falecendo na madruga de sábado, 30. Simone disse na polícia, de acordo com o BO obtido pelo Ver-o-Fato, que o médico Disreali Antunes definiu no atestado de óbito que a criança morreu devido a complicações como “pneumonia, septicemia, choque cardiogênico, síndrome respiratória aguda e suspeita de Covid-19”.

Simone narra que durante a permanência no hospital, Luís foi encaminhado à UTI, no dia 29, por volta das 14 horas, onde “recebeu medicação de uma profissional de saúde, que alegou que a criança iria dormir por cinco minutos”. Simone diz ter ficado “desesperada quando a relatora passou a dizer que a criança não respondia mais e os membros superiores e inferiores ficaram gelados, assim como a mucosa da boca, que ficou roxa”.

Ainda de acordo com a narrativa de Simone na polícia, o médico foi chamado para ver o estado de Luís, enquanto ela era colocada em uma sala de espera, sendo informada de que o filho dela havia sido “reanimado e logo em seguida entubado”. Por vola das 11 da noite ainda de sexta-feira, uma enteada de Simone que estava ao dela foi convidada pela equipe medica a retirar-se do local pois seria realizado um procedimento na criança. Horas depois, por volta das 3 horas da madrugada já de sábado, Simone recebeu a notícia de que o filho havia falecido.

Parentes da criança e a própria mãe suspeitam de negligência do hospital e erro médico. O Instituto Médico Legal (IML) do Centro de Perícias Renato Chaves deve divulgar o laudo da morte dentro de 30 dias, seja para confirmar ou descartar o suposto erro médico. Para Simone Balbis, a suspeita é de “imperícia e negligência”, já que o filho dela “só foi entubado após receber a medicação desconhecida que o deixou sem reação”.

Sobre a suspeita de Covid-19, o laudo da unidade pediátrica da Unimed no hospital de Ananindeua deu negativo, mas na avaliação é dito que isso não descarta a doença, o que precisaria ser confirmado por novo exame, a critério médico.


Procurado pelo Ver-o-Fato, o proprietário do Hospital Santa Maria, Daniel Santos, atual prefeito de Ananindeua, disse que só irá se manifestar após a conclusão do laudo do IML sobre a morte da criança. Ele declarou que está “afastado das funções administrativas” em razão do cargo que ocupa.

“O que eu soube foi que a criança precisava ser entubada pois estava em insuficiência respiratória por isso o medico fez a medicação”, acrescentou Daniel. A respeito da manifestação realizada na porta do hospital, em protesto contra a morte de Luís Asafe Balbis, o prefeito afirmou ter chegado ao conhecimento dele que o organizador do protesto teria sido Eder Mauro”, deputado federal.

Ver-o-Fato aguarda a manifestação da direção do hospital.

Redes sociais

A família do garoto tem recebido muitas manifestações de solidariedade e também de protesto sobre o ocorrido. Algumas dessas manifestações:

Iaiane Ribeiro, narra – ” Ele chorava muito, como qualquer criança, que tem medo de ser furada. Já tinham furado ele, e não conseguiram, vieram e aplicaram a medicação Roncurônio, que é um tipo de sedação. Que em hipótese alguma deveria ter sido administrada..Dessa feita, então, ele começou a desfalecer nos braços da mãe dele.. e foi entubado às pressas…. E veio a óbito horas depois…Hospital péssimo. Os profissionais olham tudo com cara de raiva pra gente. Um absurdo total. Nada vai trazer meu irmão de volta. Mas queremos que a justiça seja feita”

Lucilene Paixâo De Moraes – “Eu tenho um um horror desse hospital, meu pai foi muito desprezado, cheguei pra fazer um exame cedo, às 7h, e meu pai só foi atendido às 11h. Perguntei pra eles se não existia prioridade, e eles me responderam :não. Aqui todos são prioridades. Palhaçada desses funcionários mal educados”.

Sandra Seabra – “Eu não gosto desse hospital, há 13 anos atrás meu sogro morreu lá. A negligência desse hospital é horrível“.

Milly Sccp – “Mano um bagulho que não é certo é fica falando que toda morte é a porra do Covid. Ninguém assume a responsabilidade, fazer as coisas errada e põe a culpa no vírus!! “

Regiane Melo – “Situação onde o dinheiro fala mais alto. Fizemos a manifestação ontem e não apareceu nem uma emissora por medo de se sujar ou por terem vendido o seu silêncio, uma verdadeira vergonha.”

BO do caso:



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