Segundo as investigações, o médico é acusado de ter feito cobranças indevidas pelo menos seis vezes a pacientes que passaram por cirurgias realizadas gratuitamente pelo SUS, além de ato libidinoso contra uma paciente de 35 anos.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) ofereceu denúncia à Justiça, nesta sexta-feira (12), contra o médico Ricardo da Fonseca Chauvet por crimes de corrupção passiva e estelionato sexual. O médico é acusado de cobrar por cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e ainda por violação sexual de uma paciente de 35 anos.
O promotor de Justiça Luciano Bordignon Conte, de Corumbá, na fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia, protocolou as alegações finais do processo que reúne as duas denúncias contra Chauvet pedindo a condenação pelos crimes praticados.
Segundo as investigações, o médico é acusado de ter feito cobranças indevidas pelo menos seis vezes a pacientes que passaram por cirurgias realizadas gratuitamente pelo SUS, na maternidade da Santa Casa do município. Dos casos apurados pelo MP, os valores somam mais de R$ 18 mil.
De acordo com o Ministério Público, Chauvet ainda se aproveitou da condição de médico e do estado de saúde debilitado de uma paciente para praticar um ato libidinoso contra ela ao simular um exame de toque. Pelos crimes, a promotoria pede na Justiça a condenação do médico, inclusive com cumprimento da pena em regime fechado e ainda que seja decretada a perda do cargo público como médico vinculada ao município de Corumbá.
O G1 e a TV Morena tentaram contato com a defesa de Ricardo da Fonseca Chauvet, mas até a publicação desta reportagem, não tinha conseguido retorno.
RELEMBRE OS CASOS
Em 2015, Ricardo foi gravado por uma paciente de 35 anos durante um exame de toque de mamas. No vídeo ele aparece tocando as partes íntimas e os seios da paciente de forma inadequada à profissão. Já em 2019, o médico foi flagrado por um casal cobrando R$ 1 mil para fazer cirurgia de retirada de um pólipo do útero pelo SUS.
Na gravação, a voz atribuída ao médico diz: "Eu não faço pelo SUS, tá? Por motivo simples. O SUS paga R$ 24 pra fazer isso. Eu não vou botar a mão no útero de mulher desse tamanho com cinco cesáreas anteriores por R$ 24". O interlocutor altera a voz quando fala sobre a característica física da paciente.
O médico chegou a ficar afastado das funções em dois locais de trabalho por 15 dias, depois de apresentar um atestado médico, mas retornou às atividades.
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