Rosemar Leal da Silva passou por um procedimento no início do ano para retirada de um tumor benigno no útero, e acabou morrendo alguns dias depois. Cremers e hospital apuram o caso.
Polícia investiga morte de mulher após cirurgia em Carazinho
A Polícia Civil de Carazinho, na Região Norte do Rio Grande do Sul, investiga a morte de uma mulher após passar por uma cirurgia para retirada de um tumor benigno no útero, no início do ano.
Rosemar Leal da Silva, de 48 anos, deu entrada no Hospital de Caridade de Carazinho no dia 25 de janeiro, para remover um mioma no útero. Três dias depois, no entanto, ela morreu.
A família suspeita que um erro médico tenha acontecido durante a cirurgia. Tanto o laudo médico quanto o atestado de óbito apontam que o intestino de Rosemar foi perfurado.
À reportagem, a direção do hospital informou que o caso está sendo analisado pelo corpo clínico da instituição e que todas as documentações necessárias para a apuração do caso estão disponíveis para a polícia.
A RBS TV tentou entrar em contato com a equipe médica que realizou o procedimento, mas não obteve contato.
"Minha mãe ficou dois dias com muita dor, se queixando a todo tempo para a equipe e a médica nada fez, nem um exame, um simples exame de raio-X para verificar, investigar essas queixas de dor, até minha mãe chegou a ser taxada como dramática e depressiva pela médica, sendo que a minha mãe nunca teve nenhum tipo de quadro de depressão na vida dela", conta o filho de Rosemar, Mateus Leal.
A Polícia Civil analisa os elementos colhidos até o momento, segundo a delegada Heladia Ane Zanchet Cazarotto.
"Por enquanto, a gente solicitou alguma documentação, alguns documentos ao hospital, e com a análise dessa documentação a gente vai aguardar também o resultado da exumação e veremos se realmente houve algum erro, alguma negligência por parte dos médicos que atenderam a vítima. Eles poderão responder por homicídio culposo".
Rosemar com o filho, Mateus. Polícia apura morte de mulher após cirurgia
'Negligência e imprudência', diz advogada
Para a advogada da família, Juliani Pinzon, pode ter havido negligência e imprudência.
"No caso dela, a gente percebe a imperícia quando em um procedimento cirúrgico ela teve o intestino perfurado. No pós-operatório imediato, a gente percebe uma conduta negligente e imprudente, quando todas as vezes que a paciente relata à médica assistente que ela estava com muitas dores, com a barriga dilatada, com rigidez. Com diversos sintomas agravando o caso dela", afirma.
"A médica deixa de adotar uma conduta de resolução, de reavaliar a paciente. De pedir um novo exame que se constatasse o que de fato estava acontecendo", acrescenta a advogada.
A família entrou na Justiça, que determinou a exumação do corpo três dias após o sepultamento. Ainda não há a previsão de quando o resultado vai ser divulgado.
A advogada da família também denunciou o caso ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), que abriu uma sindicância para investigar o que aconteceu.
"Para toda denúncia recebida é instaurada uma sindicância, que avalia os fatos e se houve ilícito ético. Se houver ilícito ético, há abertura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou Processo Ético-Profissional (PEP). A constatação do erro médico ocorre após decorrido o PEP, no qual partes e testemunhas são ouvidas, provas e documentos são juntados, diligências são feitas e há possibilidade de ampla defesa para os acusados", explica o Cremers.
Ainda de acordo com o Cremers, a investigação é sigilosa.
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