sábado, 27 de fevereiro de 2021

Mulher denuncia abuso sexual na UPA de Pato Branco

 Ela procurou o profissional de saúde por que suspeitava estar com Covid-19.

A Delegada Franciela Alberton, da Delegacia da Mulher de Pato Branco, 
acredita que possa haver mais vítimas abusadas pelo médico.

Uma paciente jovem, de 22 anos, procurou a unidade de saúde (UPA) de Pato Branco para uma simples consulta médica, por suspeita de Covid-19. Ela jamais poderia imaginar os atos que aconteceriam no consultório médico. Acompanhada por sua advogada, que atuará como assistente da Promotoria Pública, Aline Martins Pinto, a vítima, cuja identidade será mantida em segredo, até porque o processo corre em segredo de justiça, concedeu uma entrevista exclusiva, onde contou como foi abusada sexualmente pelo médico.


A jovem se emociona a cada vez que fala do assunto, chora durante a entrevista, em que relata os abusos que sofreu por parte do profissional, que atua há pouco tempo em Pato Branco, oriundo de outro Estado onde também responde pelo mesmo crime, de violência sexual mediante fraude. “Eu fui à unidade de saúde porque estava com gripe, e estava preocupada que fosse a Covid-19, mas logo fiquei muito assustada com o comportamento do médico. Ele fechou a porta com chave e, além disso, escorou a porta com a escadinha que tem no consultório. Depois pediu para que eu baixasse a calça, para um exame que precisaria fazer, introduzindo os dedos nas partes íntimas”, relatou a vítima.


Suspeitas da advogada

Para a advogada Aline Martins Pinto a ajuda da imprensa neste momento é muito importante. “Acreditamos que hajam mais vítimas deste profissional médico em Pato Branco, uma vez que atuava em uma unidade de saúde pública, onde centenas de pessoas são atendidas todos os dias.” Principalmente, considerando o histórico de reincidências do médico, que responde pelo mesmo crime em Santa Catarina, destacou.


A delegada da Delegacia da Mulher, Franciela Alberton, instaurou o inquérito policial que apura o caso. “É importante a colaboração da comunidade, para que outras mulheres que podem ter sido vítimas deste médico procurem a Polícia”, conclamou. A delegada acredita que possa haver outras vítimas pelo perfil do investigado, já indiciado no Estado vizinho, pelo crime de violência sexual mediante fraude.

O crime

O crime de violência sexual mediante fraude está tipificado no Artigo 215, do Código Penal. No caso utilizando da profissão de médico, utiliza meios que impedem ou dificultam a livre manifestação de vontade da vítima.


O crime prevê pena de dois a seis anos de prisão, no caso de condenação. O médico já foi afastado, por decisão judicial, de suas funções na unidade da UPA em Pato Branco.


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