sábado, 20 de fevereiro de 2021

MPPA requisita inquérito policial para apurar suspeita de homicídio culposo

 Na avaliação da Promotoria, pode ter ocorrido negligência no tratamento de enferma



O Ministério Público do Estado do Pará, por meio do promotor de justiça Rui Barbosa Lamim, requisitou ao delegado de polícia civil de Colares a iinstauração de inquérito policial, para apurar as responsabilidades sobre a morte de uma senhora de 56 anos, que foi atendida e medicada na unidade de saúde do município, mas que depois teve complicações devido a uma infecção e veio a falecer. A suspeita é que pode ter ocorrido homicídio culposo.

Familiares da paciente procuraram o Ministério Público na última sexta-feira (5), e relataram que há cerca de um mês, por conta de fortes dores abdominais, a paciente procurou atendimento médico no centro de saúde de Colares, sendo receitado um medicamento injetável, aplicado por uma técnica de enfermagem. A família acredita que tenha ocorrido um erro na aplicação do medicamento, resultando em um abcesso e infecção que trouxe diversos efeitos colaterais como febre, enjoo, perda de peso, dor e até mesmo dificuldade de locomoção e um tumor no local onde foi aplicado o medicamento. O quadro da paciente seria ainda mais grave por ser hipertensa e diabética.

Ao perceber o agravamento do caso, a família conseguiu contato com uma médica cubana que trabalha no município e receitou antibióticos que causaram uma leve melhora, porém o hematoma advindo da suposta aplicação errada permaneceu. Segundo a família, o secretário de saúde municipal foi informado da situação, mas não ofereceu a devida atenção. 

Quando a paciente procurou novamente o hospital do município, o médico que a avaliou afirmou ser necessária uma cirurgia com urgência, que deveria ser realizada em centro cirúrgico equipado com UTI.

Os familiares foram então orientados a apresentar laudo médico que atestasse a condição de saúde e indicasse a urgência da intervenção, de modo a subsidiar ação civil pública. Quando procuraram pela segunda vez o mesmo médico, este afirmou estar ciente da urgência de internação da paciente, mas que não podia fazer o laudo corretamente pois foi orientado pelo secretário, por uma questão política.  Os familiares acreditam que isso aconteceu pelo fato da vítima ser sobrinha do ex-prefeito do município, que é opositor político dos atuais gestores.

Diante desses fatos, o Ministério Público solicitou na segunda (8) informações à Secretaria de Saúde, mas não houve resposta. Ontem, quarta (10), a promotoria recebeu a notícia da morte da paciente. 


MPPA


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