domingo, 13 de junho de 2021

Médicos fazem família comprar medicação em falta no SUS e não usam

 Paciente foi intubado e transferido para Hospital Regional após nove dias de espera na UPA do Universitário


A família de um paciente de covid-19 foi surpreendida com a devolução de medicamentos que foram solicitados pelos médicos da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário. 

Segundo o filho do paciente, Albert Rojas, o pai dele de 53 anos apresentou sintomas do coronavírus no dia 27 de maio e buscou atendimento no local. Por recomendação médica o homem ficou internado, mas o quadro agravou e ele precisou ser transferido.

Os médicos que atenderam o pai de Albert pediram para que a família comprasse remédios que não tinham na farmácia do SUS (Sistema Único de Saúde). As receitas foram entregues no dia 1º de junho.

"Pediram quatro ampolas de uma medicação e três de outra. Os remédios seriam usados na quarta e na quinta-feira. A orientação médica era para comprar com urgência para garantir melhora da saúde do meu pai", relembra Albert.

Em um novo boletim, a família foi orientada a comprar novamente a medicação para ser utilizada sexta e sábado. "Ontem à noite, conseguiram vaga para ele e transferiram para o Hospital Regional, mas quando entregaram os pertences, veio a fralda e os remédios que não foram administrados". 

A família conta que o paciente recebeu apenas uma dose de uma medicação, sendo que a receita médica pedia duas. "Falaram que meu pai não podia deixar de tomar nenhum dia os remédios. E é uma medicação que está difícil de encontrar em Campo Grande. Aí a gente descobre que não aplicaram", revela. -

Ao todo foram gastos R$ 1.175,00 com ceftriaxona e enoxaparina. A família não foi informada po motivo de não terem administrado a medicação. Eles decidiram manter guardado o remédio até a melhora do paciente e depois vão doar para quem precisa.

Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não há nenhuma orientação da pasta para que familiares dos pacientes façam a compra de medicamentos, materiais ou insumos. "Pedimos que essa pessoa formalize a denúncia na Ouvidoria através do 3314 9955 para que seja aberto um processo de sindicância para apurar essa situação".

A secretaria ainda informou que o abastecimento das medicações nas farmácias do município foi regularizado.




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