Benjamim, de 1 ano e 2 meses, continua no hospital mesmo depois de ter morte cerebral confirmada, segundo o pai
O bebê tinha uma condição que exigia o uso de sonda para alimentação
“Minha família está despedaçada, acabou com a nossa vida”. Ainda sem aceitar a morte do filho, um bebê de apenas 1 ano e 2 meses, um pai de Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, acusa um hospital de erro médico. Ele reclama da demora da instituição em liberar a criança, que já teve a morte cerebral constatada por dois médicos.
Pai afirma que houve erro em procedimento médico
Edemar Serenini conta que o filho, Benjamim, nasceu com laringomalácia, uma condição que impedia que a criança se alimentasse normalmente. Por causa disso, o bebê se alimentava apenas por sonda.
No dia 6 de junho, ao acompanhar o filho no procedimento de inserção da sonda no Hospital e Maternidade Jaraguá, Edemar notou que houve um sangramento. A enfermeira, então, levou a criança para fazer um exame de raio-x. Segundo o pai, o médico atestou que a sonda estava bem localizada e Benjamim foi liberado. Porém, Edemar conta que a enfermeira teve que usar força para retirar a guia, o que o deixou preocupado.
Já em casa, a família começou a notar que o bebê estava com dificuldades para respirar e, por isso, levou a criança ao hospital novamente no dia seguinte. “Chegando lá, bateram raio-x e constataram que a sonda perfurou o pulmão e o leite que ele havia consumido se espalhou pelo corpo. Ele foi direto para a UTI, ficou quatro horas em cirurgia e voltou para a Unidade de Terapia Intensiva”, lembra Edemar.
Benjamim ao lado do pai, Edemar
Família também reclama da demora para a liberação do bebê
Mesmo internado na UTI do hospital, o quadro de saúde de Benjamim não melhorou. Segundo Edemar, o filho teve morte cerebral há nove dias, o que já teria sido constatado por dois médicos.
No entanto, o pai afirma que o hospital aguarda o parecer de outro profissional, vindo de Florianópolis, para a realização de mais um laudo. Isso estaria previsto para sábado (26).
“Meu filho entrou bem no hospital para um procedimento simples. Furaram o pulmão, liberaram ele pra casa e hoje meu filho está morto”, desabafa o pai.
Segundo Edemar, houve uma reunião com o diretor do hospital, que disse sentir muito. No entanto, ele não ofereceu mais explicações nem informações sobre a apuração do erro médico ou a demora na liberação do bebê. “Ele está lá, com os olhos tampados, todo amarelinho”.
Pai abriu boletim de ocorrência sobre o caso
Polícia Civil investiga o caso
A família registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Jaraguá do Sul. De acordo com o delegado Caleu Gomes de Mello, da DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso), um inquérito foi instaurado e um perito já esteve no hospital para a realização de um laudo preliminar.
Além disso, o hospital já foi oficiado e todas as informações serão apuradas pela polícia.
O que diz o Hospital e Maternidade Jaraguá
A reportagem do ND+ entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital e Maternidade Jaraguá. No entanto, não houve retorno da instituição até o momento.
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