Dr Cristiano Ferreira, médico cardiologista e ex-diretor técnico, trabalhou 19 meses no Hospital e reuniu provas para denunciar o esquema de corrupção interna que chegou a ocasionar mortes
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Band de Itajaí, ex-diretor técnico do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen revela a má gestão e outros problemas técnicos que ocorriam no local
Superfaturamento, desvio de dinheiro público e o principal: mortes que poderiam ser evitadas. Nesta última quinta-feira (20), o apresentador Wilson de Lima recebeu com exclusividade o Dr. Cristiano Ferreira, médico cardiologista, ex-diretor técnico do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen para fazer sérias denúncias do que acontecia nos bastidores do até então estimado hospital localizado em Itajaí, Santa Catarina.
O apresentador Wilson de Lima já vinha investigando o caso do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen. “Há três anos o jornalismo da Band FM vem trazendo inúmeras denúncias que acontecem no Hospital Marieta. E alguns dias atrás a gente vem alimentando essa expectativa de que traremos a cereja do bolo para mostrar que todas aquelas denúncias estavam certas. A comprovação de que tudo que dissemos até hoje é verdade”, declarou o apresentador na abertura do jornal.
Na primeira parte da entrevista, o Dr Cristiano Ferreira justifica porque resolveu se manifestar publicamente sobre o caso. “Eu resolvi me manifestar porque ocupei a função de diretor técnico do Hospital Marieta durante 19 meses e sei da importância que o hospital Marieta tem para a população e para o estado de Santa Catarina. E principalmente para denunciar, para levar ao conhecimento da população os absurdos administrativos que acontecem dentro do Hospital Marieta. Não só administrativos como técnicos também”, expõe.
Em suas palavras, Dr. Cristiano afirma que durante esses 19 meses agiu como uma espécie de detetive dentro da instituição para produzir provas suficientes, pois desde o terceiro mês já começou a observar irregularidades. “Depois de todo esse tempo produzindo provas, eu as entreguei ao Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil. A partir disso já fiz dois depoimentos. Entreguei as inúmeras provas que eu tinha em áudio, em vídeo. As investigações foram iniciadas desde então”, conta.
Dr Cristiano revela detalhes dos esquemas de superfaturamento e pede auditoria no local
A primeira grande polêmica abordada pelo ex-diretor técnico foi em relação as mortes maternas e a má gestão financeira do Hospital.”Em princípio não houve erro médico nessas mortes, está havendo ainda uma investigação por parte do CRM. Mas a estrutura oferecida para os médicos era precária. Eu lutava constantemente contra isso. O principal: a forma como o diretor executivo lidava com a empresa contratada para prestar o serviço impactava diretamente na assistência. Por exemplo: Não se pagava a empresa mesmo tendo dinheiro em caixa para fazê-lo. Essa empresa em questão ficou cinco meses pagando os valores de plantão médico do próprio bolso. Então depois o Hospital veio a ter um colapso financeiro e não pôde mais pagar os atrasados. Ai se apropriou dessa narrativa das mortes maternas para encerrar o contrato com essa empresa e começar com outra pagando ainda mais caro”, revela Dr Cristiano.
Na segunda parte da entrevista, Dr Cristiano aborda outra denúncia já feita anteriormente pelo jornal da Band FM em relação a compras superfaturadas, inclusive de teste rápido contra covid-19. Segundo o ex-diretor, as denúncias procedem. “É necessário que seja feito urgentemente uma auditoria no Hospital Marieta por parte do Tribunal de Contas, do SUS e da Secretaria de estado. Eu nesse caso não posso afirmar porque não tenho provas documentais, mas tenho fortes suspeitas”, afirma.
Na entrevista exclusiva, o Dr Cristiano fala sobre as mortes maternas que ocorreram no local e como a má gestão pode ter impactado
No terceiro e último bloco da entrevista, Dr Cristiano fala da falta de pagamento e dos maus tratos que médicos e toda equipe sofriam. “Muitas vezes esse não pagamento era uma punição, uma forma de pressão. Eu tenho gravado isso ‘só vou pagar se assinar tal coisa’ e coisas do tipo. Eu já presenciei e tenho gravado várias agressões verbais., palavras de baixo calão, por exemplo”, denuncia. A entrevista exclusiva foi exibida no Jornal da Band, na rádio Band FM (92,9) e ainda está disponível nas redes sociais oficiais da emissora local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário