terça-feira, 11 de agosto de 2015

AVISO DE ENTREVISTA COLETIVA


ASVEM REPUDIA ARQUIVAMENTO DE PROCESSO DE ERRO MÉDICO

 

A Associação das Vítimas de Erro Médico (ASVEM/PE) convoca imprensa, nesta quarta-feira (12.08), às 15h, na tentativa de coibir o arquivamento do processo da engenheira Urbânia Possidônio de Barros Carvalho, vítima de erro médico em 2013. O encontro com os jornalistas acontece em frente ao Ministério Público, localizado na Rua Imperador Dom Pedro II, 473 - Santo Antonio – Recife.

Depois de passar pelas mãos de sete delegados o processo da engenheira Urbânia Carvalho, morta em outubro de 2013, está prestes a ser arquivado a pedido da promotora Rosangela Furtado Padela Alvarenga – 27ª Promotora de Justiça Criminal, sem levar em conta a solicitação da Delegada, Maria Elizabeth Patriota do Rego Barreto, no Relatório enviado ao Ministério Público, que diz: “..devido a impossibilidade administrativa de nomeação de Perito Médico Legista Criminal para análise do prontuário da vítima, bem como de atribuir ao perito médico legista analise de erro médico fica esta autoridade policial impossibilitada, embora haja fatos que levam a crer em erro médico, de indiciamento. Solicitando desde já que o Doutor Representante Ministerial requisite perante o juiz a nomeação de Perito Médico-Legista”.

A irmã da vítima, Urbaneide Beltrão, dispara: “Pelo texto acima, fica bem claro a solicitação da autoridade policial com relação a recomendação de um perito médico legista e não um analista ministerial em medicina, como foi utilizado no processo em questão.

Para a família esse pedido de arquivamento causou surpresa, já que houvera várias tentativas junto à promotoria para saber do andamento do processo. “Mesmo diante dos acontecimentos a família continua firme com seu propósito e acreditando sempre na justiça, através do Ministério Público como defensor do interesse público, conduzindo-se, sempre, com isenção, apartidarismo e profissionalismo”, completa Urbaneide.

A ASVEM -PE foi idealizada para sensibilizar e conduzir a população a prevenir erros médicos e proceder em busca de justiça. A organização fundada, em 31 de outubro de 2013, por três irmãs da engenheira elétrica e agrônoma, funcionária da Chesf, Urbânia de Barros Carvalho, de 47 anos, mãe de dois filhos, que morreu no dia 08 de outubro de 2013, depois de ter o intestino perfurado durante cirurgia de histerectomia total para retirada de um mioma sendo alimentada com menos de 5 h pós-cirúrgica o que ocasionou o agravamento do quadro clínico após internamento de mais de 40 dias em hospital do Recife.
Mais Informações com Urbaneide Beltrão pelos fones 3107-4843 /99329-7725 ou Urbanira Carvalho, pelos fones 98786-8409/99644-0421




Relato da Família - No dia 29 de agosto de 2013, a paciente Urbânia Possidônio de Barros Carvalho internou-se em Hospital Particular do Recife para realização de cirurgia programada de histerectomia total recomendada pelo Dr. Paulo Roberto, em virtude da constatação de mioma em seu útero que lhe causava hemorragia uterina. Por ocasião da retirada do útero o referido médico lesionou o intestino delgado da paciente e, conforme relato, suturou com dois pontos. A paciente voltou ao apartamento não tomando conhecimento da lesão sofrida, tão pouco seus familiares que a aguardavam. Tendo recebido recomendação médica de DIETA LIVRE LAXANTE após 4h e 40min da cirurgia com intercorrência de Lesão Intestinal.
 
Algumas horas após alimentar-se surgiram as primeiras queixas da paciente que não se sentia bem, face a dor abdominal e falta de ar, não permitindo, inclusive, que retirassem o catéter de O2. Durante a noite os sintomas de mal estar se agravaram, com muita sudorese a paciente Urbânia dizia ter insuportáveis dores abdominais, com sensação de derramamento de líquido dentro da sua cavidade abdominal. O seu abdômen encontrava-se extremamente distendido e doloroso, tal quadro sintomático foi repassado para Dr. Paulo que mesmo sem reavaliar a paciente, prescreveu, por telefone, dois supositórios de glicerina, que não surtiu efeito algum. As dores intensas no abdômen, falta de ar e náusea se agravaram e na madrugada do dia 30 de agosto de 2013. A paciente foi atendida por vários médicos do Hospital, que tomaram a iniciativa de prescreverem alguns exames, como: hemograma e outros exames laboratoriais de urgência, já que o médico responsável pelo caso não apareceu no hospital para verificar, de perto, o sofrimento da paciente por ele lesionada. As dores eram tão acentuadas que a paciente não suportava que os médicos sequer tocassem em seu abdômen que estava bastante tumescente. Diante da gravidade da situação o médico plantonista solicitou, por duas vezes, a AVALIAÇÃO DE CIRURGIÃO GERAL e falou pessoalmente com o médico responsável para que reavaliasse o caso. Só às 9:30h o cirurgião-chefe compareceu para examinar a paciente e, apenas, prescreveu: Luftal, Tramal e supositórios de glicerina e insistiu que paciente se alimentasse e caminhasse o que, após relutar bastante, foi acatado pela mesma que comeu com muita dificuldade e ainda tentou caminhar e quase desmaiou, devido a tontura e dores continuavam cada vez mais intensa. A náusea e em seguida vômito em grande quantidade motivou a coleta de secreção para análise através de sonda. Sem entender e temerários com o estado pós-operatório de Urbania, a família ligou para o Dr. Paulo, informando-lhe das dores e do vômito em grande quantidade após a ingestão do Tramal, mas o médico continuou omitindo o fato ocorrido na cirurgia e inerte a providências pertinentes ao quadro, tendo apenas suspendido a medicação. 
 
No dia 31 de agosto de 2013, a paciente que continuava se alimentando com muita dificuldade e com dores insuportáveis, foi submetida a exames, dentre eles a Tomografia Computadorizada de Abdômen Total, por iniciativa do Cirurgião Geral plantonista, que ao tomar conhecimento do resultado o qual evidenciou grande quantidade de gases e líquido livre na cavidade abdominal, solicitou que o médico responsável entrasse em contato urgente com a médica responsável pelo referido exame. Ciente do resultado do TAC de abdômen, Dr. Paulo indica a revisão cirúrgica de urgência que foi iniciada às 14h30. Tendo, a paciente, sido alimentada até às 11h do referido dia e deambulado com muita dificuldade com o auxilio de sua irmã, pouco tempo antes de ser encaminhada ao bloco cirúrgico e ainda sem saber da lesão que havia sofrido. Com o estômago cheio a paciente voltou ao bloco de cirurgia, com um cirurgião geral, vindo de outro hospital, mesmo existindo vários cirurgiões gerais pertencentes ao quadro do hospital, inclusive o plantonista que já acompanhava o caso. A segunda cirurgia foi extremamente delicada, devido ao estado grave da paciente, face ao diagnóstico tardio (02 dias após a intercorrência) e a ausência das devidas precauções da equipe médica, a fim de melhorar as condições gerais da paciente, que se encontrava em provável estado séptico e com quadro de peritonite bacteriana já instalado, para suportar o trauma de outra cirurgia. Na ocasião os médicos (dois anestesistas) tiveram grande dificuldade de entubar à paciente em decorrência da enorme quantidade de vômito, motivada pela ausência da sonda nasogástrica antes da cirurgia para esvaziar o estômago, o que ocasionou a bronco aspiração de fezes, tendo motivado o procedimento de Traqueostomia emergencial que posteriormente obstruiu a cânula traqueal (rolha) levando a paciente a insuficiência respiratória, obrigando-a a ser submetida a mais uma cirurgia (9ª cirurgia), no dia 07 de outubro, em caráter de urgência para realização de traqueoplastia com implante de cânula). Prosseguindo a cirurgia o cirurgião geral insistiu em suturar a lesão anteriormente suturada pelo médico responsável, ocorrendo, posteriormente, a segunda deiscência, o que a motivou 3ª cirurgia para realização da iliostomia, que posteriormente vazou bastante líquido intestinal, queimando o corpo da paciente.
 
Descontentes com a atuação do referido Cirurgião Geral, e também a pedido da própria paciente Urbania, os familiares, exigiram a substituição do médico. Apenas no dia 23 de setembro, outro Cirurgião Geral assumiu o caso e realizou mais 5 (cinco) procedimentos de LAPAROTOMIA para reverter a infecção, porém a paciente não resistiu ao quadro, falecendo no dia 08 de outubro de 2013.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário