quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Hospital São Luiz é condenado a pagar R$ 78 mil a paciente por abuso

Paciente diz ter sido molestada na UTI da unidade do Jabaquara em 2014.
Técnico de enfermagem foi demitido por não fazer anotações no prontuário.
 
 
 
O Hospital São Luiz, da Rede D’OR, foi condenado pela Justiça a pagar uma indenização de mais de R$ 78 mil a uma paciente. A paciente, de 23 anos, alega que sofreu abuso sexual de um funcionário enquanto estava internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital de Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo. Cabe recurso.
 
Em nota, a assessoria de imprensa do hospital não comentou a decisão. "Diante da determinação judicial de segredo de Justiça, estamos impedidos de nos manifestar sobre o caso", disse.
 
O julgamento em primeira instância ocorreu no dia 21 de julho. Em sua decisão, o juiz Antonio Botto Muscari, da 4ª Vara Cível da Capital, determinou o pagamento de R$ 78.800 com juros de 1% ao mês, custas processuais e honorários advocatícios de 15%.
 
A chefe de cozinha esteve no hospital no dia 10 de novembro de 2014 e apresentava febre, dores no corpo e tosse. Após a realização de exames, foi diagnosticada com pneumonia e transferida para a UTI.
 
De acordo com a sentença, no dia 13 de novembro, um técnico de enfermagem foi aplicar uma medicação na paciente e colocou as mãos por baixo do lençol, acariciou suas pernas e colocou a mão dentro da sua calcinha. A jovem relata que o funcionário também entrava no banheiro enquanto ela tomava banho.
 
“Ela ficou traumatizada e está até hoje pelo ocorrido neste hospital”, afirmou o advogado Ademar Gomes, que vai recorrer da sentença e pedir uma indenização no valor de R$ 150 mil.
 
A defesa do hospital diz que as alegações da paciente “parecem representar muito mais uma interpretação equivocada da rotina de uma unidade de terapia intensiva”. A unidade de saúde também questiona o fato da paciente estar consciente, dispondo de câmeras de monitoramento e campainha de emergência à beira do leito e não tenha tido a iniciativa de reagir a abordagem supostamente inadequada.
 
Após deixar o hospital, a chefe de cozinha registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher por abuso sexual.
 
Apesar de dizer que não havia provas contra o técnico de enfermagem, o funcionário foi demitido pelo hospital por justa causa. A justificativa do São Luiz é que ele deixou de fazer anotações no prontuário da paciente.
 
Durante o julgamento, uma funcionária do hospital disse que o técnico de enfermagem “costumava brincar de passar a mão molhada nas costas” de uma colega de trabalho, tendo sido necessário dar-lhe “um basta”.
 
Uma testemunha arrolada pela defesa do hospital contou que o técnico admitiu ter “tocado nas coxas” da moça com o argumento que pretendia checar seu pulso. No entanto, esse procedimento é impossível de ser realizado. A testemunha também relatou que o funcionário confirmou ter tocada a paciente após retirar a luva.
 
Uma fisioterapeuta da unidade afirmou que a paciente lhe contou que teve as partes íntimas tocadas “com os olhos vermelhos em razão de choro”. Outra funcionária relatou que notou que a vítima “parecia abalada e inclusive chorou”.
 

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