sábado, 28 de novembro de 2020

Cresce número de mulheres retirando prótese de mama por complicações

 

A decisão de fazer esse procedimento pode ser por fatores de saúde ou por decisão da própria paciente




Segundo o último levantamento divulgado em dezembro de 2019 pela Sociedade internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), em 2018, o número de cirurgias de aumento de mama no mundo foi de mais de 1 milhão. Só no Brasil, foram mais de 275 mil cirurgias de aumento de mama. 

Apesar do grande número de cirurgia para colocar o implante mamário, um assunto que tem ganhado grandes proporções na mídia é o 'explante de silicone', que é a retirada da prótese de mama. A decisão de fazer esse procedimento pode ser por fatores de saúde ou por decisão da própria paciente


Blogueira Evelyn Regly após a cirurgia

A blogueira Evelyn Regly, que tem mais de 9 milhões de seguidores, recentemente compartilhou a decisão da retirada da prótese. Evelyn teve complicações na cirurgia de implante de silicone das mamas. De acordo com ela, houve um erro médico, o que fez a cicatriz da cirurgia ficar aberta por 9 meses. "Foram 9 meses com seio aberto, correndo risco de infecção. Inúmeras idas a emergência e a médicos, como mastologista, infectologista. Fui do sonho ao pesadelo," disse ela em rede social.

Além disso, Evelyn também revelou que teve vários sintomas da síndrome de ASIA (doença do silicone). Pensando em conscientizar outras mulheres, a blogueira fez um vídeo falando sobre o assunto.

Para o médico e Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional ES, Ariosto Santos, a "doença do silicone" apesar de existir, é rara. De acordo com ele, a síndrome é autoimune. Os sintomas são:

- Alteração de humor;
- Queda de cabelo;
- Unha quebradiça;
- Irritabilidade;
- Insônia;
- Cansaço e até mesmo depressão.

Ainda de acordo com o médico, o diagnóstico ainda é confuso. Houve casos de mulheres com queixa da 'doença do silicone' e mesmo após a retirada da prótese, continuaram a ter os sintomas. Por este motivo, não há um diagnóstico preciso de que esses sintomas sejam apenas provocados pela prótese de silicone.



A maior parte dos explantes são por motivos de estética. De acordo com Ariosto, com o passar dos anos essas pacientes acabam tendo mudanças no corpo, o que as levam a mudar o tamanho da prótese ou fazendo a retirada optando pela mamoplastia, que é uma cirurgia plástica que transforma e modifica o formato das mamas, tornando mais harmonioso e proporcional ao restante do corpo, sem o uso da prótese mamária.

Outro fator que leva uma paciente a fazer a retirada da prótese é a contratura. O médico explica que ela ocorre quando o corpo não se adapta bem ao produto inserido. Com isso, o organismo cria uma cicatriz (uma forma de cápsula) em volta do silicone como defesa e as vezes acaba tendo uma rejeição, deixando os seios doloridos e até mesmo mudando a assimetria dos seios. Segundo ele, a contratura acontece em 2 a 3% dos casos e geralmente a prótese é trocada. Mas eles faz um alerta. Quando se tem a contratura capsular por repetição, a paciente deve tirar as próteses. Para esses casos, é indicado a mamoplastia.

A ruptura da prótese também é outro fator da retirada do implante. Geralmente acontecem ou por acidente, ou até mesmo por defeito de fabricação.

A prótese mamária pode interferir na mamografia e nos exames de mama, atrasando um diagnóstico de câncer de mama?

A orientação é que se coloque a prótese por debaixo do músculo para facilitar a visão do médico durante a realização do exame de mama. Porém, de acordo com Ariosto, para as mulheres que já colocaram a prótese por cima, existe a ressonância magnética, que ajuda na investigação, e mesmo tendo o implante, não interfere no diagnóstico.

Folha Vitória


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