segunda-feira, 9 de novembro de 2020

“O luto pelas mortes da Covid-19 tem uma parcela maior de dor neste Dia de Finados”, diz Amil

 

Ele falou sobre o atual cenário após a pandemia e o primeiro dia dos finados pós coronavírus




O Brasil chega ao Dia de Finados com a marca de 160.104 mil mortes por Covid-19, sendo que dessas 4.555 foram no Amazonas. Um marco triste e que deixa um luto que nunca se apagará da história, segundo candidato do PCdoB à Prefeitura de Manaus, Marcelo Amil.

“Um grande erro foi menosprezar uma doença desconhecida. Em Manaus, quando a pessoa infectada chegava para o atendimento era recomendado que ela voltasse para casa. Ela só deveria retornar ao hospital quando tivesse algum sintoma grave. Essa atitude levou milhares à morte. O luto pelas mortes tem uma parcela maior de dor neste Dia de Finados, principalmente por conta da Covid-19 e pela falta de direito à despedida. Esse é um luto que vai nos marcar para o resto das nossas vidas”, disse Amil.

Manaus viveu uma crise no setor de saúde com os hospitais lotados. Foi da capital do Amazonas saíram as primeiras imagens de covas coletivas, que chocaram o mundo. De acordo com Marcelo Amil, foi durante a pandemia que a falta de estrutura hospitalar ficou mais evidente.

“A pandemia só mostrou a falta de investimentos num dos maiores e mais importantes setores da nossa sociedade, que é a saúde pública. Além de tudo isso, até um caso de corrupção na aquisição de um objeto imprescindível para a recuperação dos infectados foi registrado no nosso Estado por conta da ambição de gestores inescrupulosos. Uma vergonha nacional! Nós vimos que muitas pessoas, que procuraram as Unidades Básicas de Saúde e policlínicas, voltando para suas casas sem atendimento durante o pico da pandemia. A gestão municipal tem como função atender todas as pessoas, sendo assim, o prefeito deveria ter utilizado todas as estruturas da cidade para ampliação do atendimento. A Arena da Amazônia e o Centro Vasco Vasques, por exemplo, poderiam servir de base para a implantação de leitos para o primeiro atendimento. Porém, o que vimos foi muito oba, oba de gente querendo se aproveitar da dor da nossa população para se beneficiar politicamente. Infelizmente, ajudar o povo foi a última opção na lista de prioridades”, destacou.

Amil relembrou a perda de amigos, personalidades e artistas da cidade. A omissão por parte das autoridades só aumentou ainda mais o número de mortos pela doença. Segundo ele, as decisões mostraram-se frágeis frente ao fluxo da pandemia e as condições à expansão espacial do coronavírus.

“Ter que ver um parente morrer e não poder participar do velório é uma dor que só quem passou sabe. Houve insensibilidade de todos os governos. O Federal foi negacionista, o do Amazonas foi insensível e o de Manaus poderia ter sido mais eficiente. Se tivesse na gestão, eu teria copiado o modelo da China, onde se foi construído um hospital de mil leitos para receber os primeiros atendimentos de forma imediata”, ressaltou Amil.

Marcelo alerta que, mesmo com tantas mortes e com uma segunda onda se aproximando, a cidade ainda não se adequou para combater os efeitos da pandemia. A retirada dos hospitais de campanha mostra o descaso frente ao número de mortes.

“Mandar a pessoa infectada para casa é uma sentença de morte para ela e para as pessoas próximas”.

Amazônas Notícias


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