sexta-feira, 11 de março de 2022

Pacientes enfrentam longa espera para cirurgias e hospital lotado, no Recife

 

Moradora de Escada, na Zona da Mata, conta que aguarda há 15 dias para realizar procedimento na vesícula. Secretaria de Saúde reconhece lotação e atribui à pandemia de Covid-19.


Pacientes do Hospital Otávio de Freitas esperam há dias por cirurgias

A espera por uma cirurgia no Hospital Otávio de Freitas, no Recife, pode levar semanas, segundo pacientes internados no local. Imagens recebidas pela TV Globo mostram corredores e enfermarias lotados, a maioria de pessoas que aguardam por procedimentos cirúrgicos.

Uma das reclamações frequentes é de quem aguarda cirurgia devido a pedra na vesícula, um problema causado por pedrinhas que se formam na vesícula biliar, órgão que fica bem embaixo do fígado e faz parte do sistema digestivo. Quando a pedras se formam, as pessoas podem ter dores fortes no lado direto da barriga, febre, náuseas e vômitos.

Nesta quinta-feira (10), fazem 19 dias que um morador de Moreno, no Grande Recife, viu a rotina mudar. A mãe dele foi diagnosticada com pedra na vesícula e, segundo ele, que pediu para não ser identificado, a orientação era que o procedimento para retirada fosse foi o quanto antes.

Situação dentro do Hospital Otávio de Freitas, no Recife, nesta quinta-feira (10) 

Segundo ele, cada médico que passa dá uma justificativa diferente sobre o motivo de a cirurgia não ser realizada. "Um diz que foi por falta de material para a cirurgia, outro que foi por conta do carnaval. Outro disse que foi a troca de residentes", declarou.

Ao menos 20 outros pacientes passam pela mesma situação, aguardando por cirurgia na vesícula. Muitos são moradores do interior do estado, como Ana Paula Silva, de Escada, na Zona da Mata. São 15 dias fora de casa, sentindo dores. "Eu não aguento mais não. Tenho duas crianças em casa, esperando por mim. Nunca fiquei tanto tempo fora de casa", contou.

Globo também recebeu um áudio de um funcionário do hospital relatando a rotina e a pressão que os trabalhadores sofrem sem saber quando as pessoas vão ter o problema resolvido.

"Os pacientes reclamam muito de ficar em jejum para subir par ao bloco. E demora muito. Daqui a pouco eles ficam dois, três dias em jejum, com soro fisiológico, glicose, para segurar o jejum deles. E os pacientes ficam chateados porque não tem noção de quando vai subir e nem os profissionais de saúde vão conseguir subir ou não", disse o funcionário.

Ana Paula Silva está internada há 15 dias no Hospital Otávio de Freitas, no Recife, aguardando por cirurgia

Resposta


Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que o Hospital Otávio de Freitas é referência estadual no atendimentos de alta complexidade em diversas especialidades e que, por isso, recebe muitos pacientes de várias regiões do estado, sem negar atendimento.

A secretaria também disse que a lotação do hospital aumentou por conta da pandemia da Covid-19, que causou o fechamento dos serviços municipais, que deveriam cuidar dos casos mais simples -como as cirurgias para retirada de vesícula.

As cirurgias e demais procedimentos estão sendo feitos, com prioridade para os casos mais graves, segundo o governo. A secretaria informou que está estudando a ampliação dos horários para cirurgias e a transferência de pacientes para hospitais da rede conveniada.

A SES também afirmou que o hospital está abastecido de medicamentos e materiais necessários.








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