A decisão é do juiz da Vara Cível de Itamaraju, Rodrigo Alves Rodrigues, condenando o médico ginecologista, Dr. Onaldo de Oliveira Almeida (CRM 7632/BA, RQE 8468), pela perda de uma jovem, com uma longa vida pela frente, interrompida por erro e negligência médica e o município de Itamaraju ao pagamento de R$ 300 mil reais por indenização.
Em sua sentença, o juiz entendeu que “não houve a adoção dos procedimentos necessários para o diagnóstico e a correção de problemas decorrentes do parto, como recomenda a boa prática da medicina, configurando-se o ato em negligência médica”, pontuou.
Uma decisão tardia que recai como alento pela perda de Luana Gonçalves de Araújo (24 anos), falecida em 03 de abril de 2012, depois de dar à luz no Hospital Municipal de Itamaraju e sofrer com complicações por parto mal sucedido.
A condenação do município de Itamaraju ocorreu por sua responsabilidade objetiva em cuidar da saúde de seus municípes por ter em seu quadro profissional que, por negligência, teve relação direta com a evolução da gravidade e a morte da jovem, mãe de duas filhas órfás (uma de 6 anos e outra recém-nascida).
Um dia após o parto, ocorrido em 14 de março, a parturiente voltou a ser internada queixando-se de fortes dores e sangramento. Dias depois e com a piora no estado de saúde foi encaminhada para o Hospital de Teixeira de Freitas, onde os médicos diagnosticaram infecção puerperal, retenção placentária e outras complicações, provocadas pela placenta que envolvia o bebê, não ter sido retirada pela equipe médica itamarajuense, deixando de realizar o procedimento conhecido como curetagem. Também esqueceram parte do cordão umbilical no útero da paciente.
Não fosse suficiente essa série de erros, ainda contribuiu para a complicação o fato de a transferência ter sido solicitada apenas quando a jovem mãe sentia fortes dores e já apresentava avançado quadro de infecção.
A Prefeitura de Itamaraju ainda não se manifestou se vai recorrer da decisão, assim como tem feito em várias sentenças judiciais, envolvendo questionamentos da justiça para a cobertura e o atendimento dos itamarajuenses na rede pública de saúde, conforme determina as leis vigentes.
Apesar de o caso ter ocorrido há 10 anos atrás, os problemas no hospital continuam. Recentemente uma criança de menos de 2 anos faleceu por complicações de uma pneumonia (relembre o caso). Em sua defesa, o município jogou a culpa no governo do estado da Bahia.
Dentre outros casos, há quase um ano atrás, Isaque Nilton Costa Pinheiro (2 anos e 11 meses) também morreu com complicações respiratórias (relembre o caso), necessitando de suporte de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sem conseguir há tempo. Casos que se repetem e seguem intrigando a população.
A recente decisão judicial é uma luz nessa dúvida tenebrosa de que possa haver um grave problema na estrutura pública de saúde do município de Itamaraju.
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