terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Paciente de hospital psiquiátrico de Arapiraca morre e família alega negligência médica

 Houve demora na prestação de socorro, disse um dos filhos de dona Maria Aparecida


Família alega que Maria Aparecida foi agredida no hospital psiquiátrico

Uma mulher, identificada como Maria Aparecida, de 58 anos, que era moradora de São Sebastião, no Agreste alagoano, morreu no último sábado (21), após ter sido supostamente agredida no Instituto Theodora Albuquerque (ITA), em Arapiraca. A alegação é de Talvane Luís, um dos filhos da vítima, que estava internada há cerca de três meses no hospital psiquiátrico.

De acordo com a denúncia, a família foi informado de que dona Maria Aparecida havia dado entrada no Hospital de Emergência do Agreste, mas recebeu alta pouco tempo depois, retornando ao ITA.

“Por volta das 5h, minha irmã ligou para o hospital e pediu para ir ver nossa mãe, mas os funcionários informaram que não havia necessidade e que ela retornasse na segunda-feira, que seria o dia da visita. Acredito que eles tentaram encobrir a lesão que minha mãe estava na cabeça”, disse Talvanes.

Momentos depois, uma outro funcionária do ITA entrou em contato com a filha de dona Maria Aparecida e recomendou que ela fosse rapidamente até o hospital porque sua mãe estaria passando mal e que arrumasse uma ambulância para poder levá-la para outra unidade de saúde, tendo em vista que lá não teria a assistência necessária.

Dona Maria Aparecida deu entrada no Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, onde veio a óbito na tarde do sábado.

Ainda segundo o denunciante, o hospital informou que a causa da morte teria sido ataque cardíaco. Já no prontuário do Hospital de Emergência consta que Maria Aparecida apresentava lesões e deformações no rosto.

“Fomos até o IML de Arapiraca e nos registros ficou constatado causa da morte indeterminada”, contou Talvane.

A família de Maria Aparecida acredita que ela morreu por negligência, tendo em vista que, segundo seu filho, houve demora na prestação de socorro.

Tendo em vista a causa da morte apresentada pelo Hospital Regional ter sido ataque cardíaco, o Portal 7Segundos entrou em contato com a assessoria de comunicação da unidade de saúde para saber detalhes sobre o ferimento na cabeça de dona Maria Aparecida, mas também não obteve retorno.

O Portal 7Segundos entrou em contato com a Associação Psiquiátrica Teodora Albuquerque através de e-mail disponibilizado e foi informado de que o ferimento foi provocado por uma queda da própria altura. Em nota, o nosocômio lamentou profundamente a morte da paciente e ratificou que toda atenção médica foi dada à paciente. Confira a resposta na íntegra:

Sobre as circunstâncias da morte de uma paciente Maria Aparecida, a Associação Psiquiátrica Teodora Albuquerque vem esclarecer que a mesma estava internada neste nosocômio quando, em razão de uma queda da própria altura, começou a passar mal durante a madrugada de sexta (20/01) para o sábado (21/01), por volta de 02:00 da manhã.
Informamos que o primeiro atendimento se deu na unidade de cuidados clínicos deste hospital especializado, mas diante da necessidade de cuidados hospitalares específicos a paciente foi rapidamente encaminhada para o Hospital de Emergência do Agreste, através da USA do SAMU (após solicitação da equipe de plantão do ITA), onde foi atendida e liberada por volta das 07:00 da manhã do mesmo dia 21/01, oportunidade na qual a família foi informada do ocorrido.

Com o retorno da paciente, liberada pelo HEA, as dependências do ITA, os profissionais da equipe médica avaliaram que o quadro da paciente ainda inspirava cuidados de um hospital geral, razão pela às 10:00 da manhã do mesmo sábado a família foi informada que a paciente seria encaminhada para o Hospital Nossa Senhora do Bom Conselho, Hospital Regional, a fim de lá receber os cuidados necessários. Contudo, infelizmente, veio a falecer no mencionado hospital geral.

Ademais, por oportuno, esclarecemos que desde o primeiro instante a equipe do ITA prestou os primeiros atendimentos e fez os encaminhamentos necessários, sempre informando a família dos procedimentos adotados.

Por fim, lamentamos profundamente o ocorrido.


7 Segundos


Família denuncia suposta negligência de enfermeiro ao aplicar injeção em bebê

 Criança sofre com ferimento infecionado no bumbum. Prefeitura de Boa Esperança do Sul ainda não se posicionou sobre o ocorrido


Bebê de 10 meses sofre com ferimento infeccionado no bumbum após tomar injeção em Boa Esperança do Sul

Familiares de uma criança de apenas 10 meses buscam explicações para um ferimento infeccionado no bumbum do bebê após a aplicação de uma injeção no hospital municipal de Boa Esperança do Sul.

O menino apresentava febre e foi atendido na unidade de saúde na semana passada. Um enfermeiro aplicou uma injeção no bumbum da criança, mas o local infeccionou, “formando bastante secreção”, segundo a família.  

“Diante da situação, levamos meu neto à UPA de Araraquara, onde a médica da cidade atenciosamente abraçou o caso e cuidou de meu neto. Estou revoltada, pois todos os profissionais da saúde disseram que a conduta desse enfermeiro foi inadmissível e ele pode até responder processo. Agora estamos tratando da necrose, mas soube que esse enfermeiro de Boa Esperança já teve outras atitudes negligentes”, denunciou a avó da criança, Neide Severina da Silva.

A Prefeitura de Boa Esperança do Sul foi procurada pelo Jornalismo Morada, mas ainda não se posicionou sobre o ocorrido. Em caso de resposta aos questionamentos, a reportagem será atualizada. Veja o vídeo abaixo com imagens feitas por familiares da criança.








segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Hospital é denunciado por negligência médica durante o parto na região metropolitana de SP

 

No caso mais recente, uma criança morreu depois que a mãe esperou 14 horas em um trabalho de parto




Mulheres estão denunciando a maternidade Jesus, José e Maria, em Guarulhos (SP), por possível negligência médica durante o parto. No caso mais recente, uma criança morreu depois que a mãe esperou 14 horas em um trabalho de parto.




“Minha filha era perfeita e morreu na barriga por negligência”

A pequena Maytê Liz tinha manchas roxas na pele que já apresentava descamação

Chá de bebê de Maytê Liz nos feito nos últimos meses de gestação

O sonho da dona de casa Marcielly da Silva Arruda, de 25 anos, de ser mãe de um casal de filhos foi, novamente, adiado depois que ela perdeu a filha ao dar à luz. A pequena Maytê Liz já estava morta havia pelo menos 24 horas antes do parto, e a família denunciou o caso como negligência médica.

“É muito sofrimento. Choro 24 horas por dia. Ela foi muito desejada, era meu sonho ser mãe de um casal e ela era a minha maior realização na vida”, disse Marcielly, que já é mãe de um menino de 6 anos e em 2018 perdeu uma gestação aos 7 meses.

A profissional que realizou a cirurgia dela, uma cesariana feita às pressas, disse à família que a menina sofria de uma cardiopatia congênita, anomalia na estrutura ou função do coração.

É muito sofrimento, eu choro 24 horas por dia. Ela foi muito desejada, era meu sonho ser mãe de um casal e ela era a minha maior realização na vida


A versão, no entanto, é rebatida pela mãe, que diz que a médica não estava em condições de atendê-la da última vez que foi ao Hospital e Maternidade São João Batista, apresentando perda de líquido.

A consulta foi realizada na sexta-feira (20) passada, depois de a profissional realizar uma longa cirurgia na noite anterior. Marcielly foi mandada para casa com o marido, Fabio Taques, e a cirurgia marcada para a segunda-feira (23).

“Ela estava cansada, dava pra ver, ela quase dormia em cima da minha barriga porque tinha passado a noite anterior em uma cirurgia”, disse.

“Foi negligência, ela não estava em condições de me atender e minha filha tinha que ter nascido na sexta”.

O laudo preliminar da Politec (Perícia Oficial de Identificação Técnica) apontou que a Maitê Liz morreu no dia seguinte à consulta, no sábado (21). “Minha filha morreu dentro de mim”.

De acordo com Marcielly, a médica lhe disse que seu útero “estava fechado” e o que ela pensava ser o líquido amniótico, na verdade, não seria “nada”

A última consulta de pré-natal dela foi nessa mesma semana, na quarta-feira (18). O médico que acompanhou a gestação garantiu que menina estava “perfeita” e com saúde, e que viria ao mundo nos próximos dias.

“O médico que acompanhou a minha gestação deu o prazo de 72h para ela nascer. Ele falava que minha filha era perfeita, que era só nascer”.

Caso Maytê Liz

Marcielly nos últimos meses de gestação com enxoval

 

O profissional não realizou o parto, pois saiu de férias naquela semana.

 

Pele roxa e descascado

 

Nas horas que se passaram após ser mandada para casa, na sexta (20), Marcielly sentiu a sua barriga endurecer, mas confiou na orientação da profissional e pensou que estivesse tudo bem.  

 

Como o combinado, ela e o marido chegaram ao hospital por volta das 6h, mas os enfermeiros só foram examiná-la por volta das 11h.

 

Desde esse momento teria tido início uma correria, pois os enfermeiros não sentiam mais o coração de Maytê. A médica que havia consultado a mãe na última sexta e faria o parto foi chamada. Ela também não teria conseguido ouvir as batidas.

 

Marcielly foi levada as pressas para a sala de cirurgia e o marido impedido de entrar com ela, mesmo a legislação garantindo o direito de um acompanhante.


“Acho que ela não quis que meu marido entrasse porque já sabia que a minha filha já estava morta na minha barriga, e não queria que ele visse”.

 

Após horas de espera o pai e uma familiar foram informados da morte e da suposta anomalia que a teria causado. O laudo oficial da Politec ainda não foi concluído e apontará a causa real da morte.

 

“Quando tiraram ela a pele dela estava descascando, ela estava toda machucada toda roxa. No rostinho dela a pele tava descolando da carne”.

 

#JustiçaPelaMaytê e a dor da perda

 

Muito desejada e aguardada, a pequena Maytê deixa saudade e a sua morte um desejo de justiça de sabor amargo.

 

“Eu quero justiça! Não quero que nenhuma mãe passe pela dor que eu estou passando. Que ela perca a licença”.

 

“O meu peito está cheio de leite, está duro. Sabe o que é seu peito encher de leite e você não poder amamentar sua filha? Ver outras mães saindo do hospital carregando seus filhos e você não ter essa oportunidade?”.

 

O caso gerou comoção nas redes e familiares e amigos subiram a hashtag #JustiçaPelaMaytê.

 

“Tenho recebido muito apoio, mensagens de outras mães dizendo ‘eu estou com você, já senti essa dor’”.

 

No mesmo dia em que tudo aconteceu, Fabio registrou um boletim de ocorrência para registrar o caso, que agora passa a ser investigado pela Polícia Civil.

 

Veja:

 



Midia News

 



domingo, 29 de janeiro de 2023

Nova vítima acusa de negligência o hospital onde mulher teve mão amputada: 'Órgãos necrosaram'

 

Carina de França diz que teve o útero removido após uma infecção. Equipe só cuidou após mãe da mulher ameaçar chamar a polícia.


Mulher teve útero necrosado e acusa hospital de erro médico


A supervisora de franquia Carina de França acusa de negligência o Hospital da Mulher Intermédica Jacarepaguá - o mesmo lugar onde Gleice Kelly Silva teve a mão amputada. Carina perdeu o sistema reprodutor depois do parto da filha, por causa de uma infecção malcuidada, que ela acredita que poderia ter sido evitada.

“Eu estou viva, a minha filha está viva, mas não é o suficiente. Eu sou muito grata pela minha filha, mas não precisava isso”, diz ela sobre o parto que aconteceu há três anos.

Carina conta que durante a gravidez, ela descobriu que tinha um tumor benigno na base da coluna. Ela disse que seu caso era de alto risco, mas que recebeu como garantia que poderia ser tratada no Intermédica de Jacarepaguá.

No dia do parto, no dia 21 de dezembro de 2019, o procedimento foi feito pela equipe de plantão. A bebê nasceu bem, mas Carina teve uma hemorragia, que precisou de uma cirurgia que levou três horas.

“A médica que me operou falou que meu parto foi difícil, que eu sangrei muito, mas que estava tudo bem. Ela não voltou ao quarto. Eu relatei muitas dores, não conseguia me mexer, e eles diziam que eu era sensível a dor. Não levantei mais da cama, não amamentei mais a minha filha”, lembra.

Infecção e necrose


Dois dias depois, a mãe de Carina foi alertada por uma enfermeira sobre uma possível infecção. Ela começou a exigir que se fizessem exames na filha e ameaçou chamar a polícia.

Fizeram uma ultrassonografia e decidiram transferi-la para um CTI da Unidade da Rede Notredame da Tijuca.

No local, a orientação era operar imediatamente porque o útero estava necrosado e havia risco de morte. Carina retirou o útero, trompas e ovário

Carina diz que reconheceu a médica que fez o parto dela como a mesma acusada de negligência em outro caso envolvendo a rede Notredame, no que Cássia Maria da Silva denunciou a morte da filha e o neto após complicações pós-parto.

Depoimento contraditório


O RJ2 teve acesso ao depoimento prestado essa semana pela diretora do Hospital Intermédica Jacarepaguá, a pediatra Lilian Elizabeth Pires de Almeida.

Ela falou na condição de testemunha sobre o caso da Gleice Kelly, que teve a mão amputada depois do parto, e tornou pública a situação que chamou a atenção de outras pacientes que registraram uma série de ocorrências contra o hospital e a rede Notredame.

A diretora disse que abriu uma apuração interna, que logo após o parto, em que Gleice teve uma hemorragia grave no útero, ela passou por várias transfusões. Gleice recebeu acesso para receber sangue, medicações e soro.

Segundo a diretora, em relação à mão inchada e roxa, a equipe já tinha notado, mas a prioridade era salvar a vida de Gleice, controlando a hemorragia, que não soube dizer quais medidas foram adotadas em relação à mão da paciente.

Contou ainda que não havia indicação para um parto com , pois Gleice tinha apenas diabetes gestacional controlada.

Um teor diferente da nota divulgada pelo hospital na semana passada, que afirmava que a paciente tinha histórico de múltiplas gestações, inclusive com algumas complicações, o que aumenta risco de hemorragia pós-parto, além de diabete gestacional.

No depoimento, não é mencionado o resultado da apuração interna que a própria diretora da unidade diz ter aberto ainda durante o atendimento a Gleice, para apurar as causas da hemorragia e depois da amputação.

“É sempre por conta de uma hemorragia? Alguém perde um filho, um útero, uma mão? Sempre alguém tem que perder”, questiona Carina.

A Delegacia do Tanque informou que subiu para dez, o número de registros denunciando possíveis erros médicos no Hospital Intermédica Jacarepaguá, e que os casos estão em diferentes etapas de apuração.

O Hospital da Mulher negou que haja contradições entre o depoimento prestado pela diretora e a nota divulgada nesta semana e reitera que está atuando com rigor para levantar todas as informações pertinentes aos casos.

Até o presente momento não há falhas apuradas na prestação dos serviços médico-hospitalares. Declara também que liderança médica regional já foi afastada e instaurada uma sindicância na unidade para apurar todos os casos e cooperar com as autoridades com quaisquer informações ou documentos. Embora declare que provará a regularidade dos serviços médicos nos órgãos de controle, informa que seguirá no trabalho de atender e a acolher a todas as pacientes.





Vereador de MT tem tesoura 'esquecida' dentro do corpo, após cirurgia no intestino

 

Instrumento foi retirado nessa quinta-feira (26) e o quadro de saúde dele é estável, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Conforme a pasta, caso deve ser investigado.


Tomografia mostra tesoura 'esquecida' dentro de vereador

O vereador de Nova Santa Helena, Cleyton José Zanatta (PSDB), deu entrada nessa quinta-feira (26) no Hospital Regional de Colíder, a 648 km de Cuiabá, para a tirada de uma tesoura esquecida dentro do abdômen dele, dias depois de passar por uma cirurgia no mesmo hospital para desobstrução intestinal.

O quadro de saúde dele é estável, conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), que também informou, em nota, que determinou a apuração dos fatos.

Vereador Cleyton Zanatta é internado após encontrar tesoura dentro do corpo

Na sexta-feira passada (20), o vereador passou por uma cirurgia de emergência por causa de um tumor no intestino que estava obstruindo o canal. Dias depois de receber alta médica, começou a se sentir mal e procurou o hospital novamente.

Ele foi encaminhado para uma unidade de saúde em Sinop, ao norte do estado, para fazer uma tomografia, que constatou a tesoura esquecida dentro do corpo dele.

O vereador foi encaminhado mais uma vez para o Hospital Regional de Colíder, onde foi feita mais uma cirurgia para retirar o instrumento.

Tomografia mostra a tesoura 'esquecida' dentro de vereador


G1






sábado, 28 de janeiro de 2023

Alvo de denúncias por negligência médica, Hospital Materno Infantil enfrenta superlotação e registra mortes em Marabá, no PA

 

Ao menos cinco casos já chegaram ao Conselho Municipal de Saúde este ano.


Conselho de saúde investiga cinco denúncias de maus atendimento em Hospital de Marabá

O Conselho Municipal de Saúde em Marabá, no sudeste do Pará, já recebeu em janeiro deste ano ao menos cinco denúncias contra o Hospital Materno Infantil do município, apontando mau atendimento na unidade. As denúncia envolvem a situação de gestantes, puérperas e recém-nascidos na unidade.

Os casos são ac ompanhados também pelo Ministério Público do Pará (MPPA), pela 6ª Promotoria de Justiça. As promotorias criminais não descartam a possibilidade de crimes terem sido cometidos em atos de negligência médica.

Algumas medidas já foram tomadas, como investigar o Departamento Nacional de Auditoria do Serviço Único de Saúde (SUS), levantar informações sobre indicadores epidemiológicos relatos a óbitos e reunir com a Secretaria de Saúde de Marabá e dos municípios vizinhos, que são atendidos pela unidade.

A filha da lavradora Dalcirene Alves deu entrada no hospital no início do mês para dar à luz o segundo filho. Mas o nascimento da criança aconteceu somente cinco dias depois. A mãe, Andressa Alves, morreu após o parto.

"Fomos logo na UPA em Itupiranga, aí chegando lá o médico que atendeu ela falou que ia transferi-la para Marabá, porque não tinha condição dele fazer o parto dela. Foi na ambulância para Marabá, e ela já passando muito mal", relata.

Segundo Dalcirene, a criança já nasceu com aspecto roxa. "A minha filha chegou a me dizer: mamãe, meu menino estava para morrer".

Na certidão de óbito de Andressa, a causa da morte foi anormalidade uterina e obstrução no trabalho de parte. A família disse que vai entrar na Justiça. "Eu realmente como mãe acho que foi culpa do médico ter esperado muito", afirma.

A vendedora Jamila Carneiro viu o sonho de ser mãe se tornar um trauma, depois da morte do filho. O bebê nasceu no dia 5 de dezembro de 2022, foi transferido para o Hospital Regional e morreu dois dias após o nascimento. A declaração de óbito apontou choque cardiogênico, asfixia grave ao nascer e aspiração de mecônio.

"Me colocaram na sala de parto, o médico obstetra entrou, conversou comigo e a bolsa estourou. Ele mesmo estourou a minha bolsa".

Ela relata que o médico abriu com três dedos o colo do úteo dela, quando sentiu "uma dor insuportável". Depois disso, com a cabeça do bebê já para fora, ela teve que se levantar e andar até a sala de parto. "Falaram para eu andar com as pernas abertas".

"Só quero Justiça pelo meu filho, pelas outras mães também que já passaram pelo que eu passei, e no momento agora também está acontecendo outros casos. Isso não vai trazer nosso filho de volta, mas que haja Justiça e o hospital pague pelo o que está fazendo com a gente, que sofre muito".

O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Diorgio Santos, afirma que entre as principais reclamações estão maus-tratos, superlotação, demora nos atendimentos. "Temos a postura de cobrar o executivo municipal, através da Secretaria Muncipal de Saúde, informações sobre os casos que chegam.

Santos informou que a maioria dos conselheiros deliberou pela solicitação de abertura de procedimento administrativo ou sindicância para apurar possíveis irregularidades.

O Hospital Materno Infantil realiza mais de 35 mil procedimentos por ano entre clínicos e cirúrgicos. A Secretaria de Saúde aponta uma alta demanda, também de outros municípios.

Monica Bochard, titular da secretaria, lamentou os fatos ocorridos. "Estivemos junto ao MP para nos ajudar. Em 2022 a gente teve mais de 2.500 partos normais e mais de 2.100 partos cesarianos, o que para um hospital como o nosso é um excedente".

"Por ser um hospital que atende toda a nossa região, então a nossa demanda é muito grande, principalmente em função dos nossos municípios nos mandarem pacientes sem regulação".