Hospital disse que 'repudia qualquer tipo de assédio e violência' e que 'suspendeu temporariamente o profissional'. SSP informou que o caso foi registrado como violação sexual mediante fraude e instaurou inquérito policial para investigar o fato. Médico afirmou, em depoimento, não ter 'encostado' nem 'exposto' nenhuma região íntima da paciente.
Hospital Beneficência Portuguesa no Centro de SP |
Uma mãe denunciou um médico do Hospital Beneficência Portuguesa, na região central de São Paulo, por violação sexual mediante fraude contra a filha de 16 anos durante a realização de um exame na última segunda-feira (23).
Este crime ocorre quando a vítima é induzida ao erro, por acreditar que determinada conduta é necessária.
A vítima e a mãe registraram boletim de ocorrência e prestaram depoimento no mesmo dia. A jovem contou que o suspeito pediu que ela se deitasse na maca e afirmou que nunca tinha sido examinada daquela forma por um médico clínico.
O hospital decidiu suspender temporariamente o profissional do pronto socorro, "até que as investigações sejam concluídas" (leia abaixo a íntegra da nota).
"Ele ficou de frente, na altura da minha cintura, abriu minha calça sem a minha permissão e dobrou minha calça para dentro, abaixando-a. Quando ele foi ouvir meus batimentos cardíacos, começou a passar a mão e, ao mesmo tempo, ouvir o meu coração. Me senti muito incomodada e com vergonha. Nesse meio tempo, minha mãe já havia levantado para verificar o que estava acontecendo”, disse a jovem.
“Em nenhum momento ele se defendeu, muito menos pediu desculpas a mim. Me senti um lixo, nunca passei por uma situação dessas e nunca imaginaria que seria em um hospital”, afirmou.
Segundo o relato da mãe, que consta no boletim de ocorrência, a filha foi encaminhada ao hospital para a realização de exames laboratoriais pois estava sendo acompanhada medicamente por um neurocirurgião.
“Na qual me deparo com o médico fazendo exame clínico e minha filha com sua calça aberta e abaixada até a altura do púbis”, contou a mulher à polícia.
"Ele fez o exame do estetoscópio por baixo de sua roupa, sendo que ela já havia feito esse procedimento na triagem. Quando questionei, o médico não me respondeu e ficou de cabeça baixa. Saí da sala e chamei um responsável por ele. O supervisor dos médicos falou que era o primeiro dia do médico e este não falou nada em defesa do outro”, completou a mãe.
Em depoimento, o médico que atendeu a vítima declarou que realizou o exame físico “após pedir licença e na presença da mãe, sem nenhuma manifestação contra durante todo o procedimento”.
“Expliquei a importância de várias manobras efetuadas e que meu exame foi rigorosamente aquele que deve ser feito em um caso dessa gravidade. Não encostei nem expus nenhuma região íntima”, disse ele às autoridades.
O que diz o Hospital Beneficência Portuguesa
Em nota, o hospital Beneficência Portuguesa disse que "repudia qualquer tipo de assédio e violência e está apurando os fatos internamente, assim como contribuindo com as autoridades para averiguação dos fatos”.
Afirmou, ainda, que, “por precaução, suspendeu temporariamente o profissional das atividades do Pronto Socorro até que as investigações sejam concluídas".
O que diz a Secretaria da Segurança Pública
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como violação sexual mediante fraude pela 1ª Delegacia de Defesa da Mulher.
“A unidade policial ouviu todas as partes envolvidas na ocorrência e instaurou inquérito policial para investigar o fato. Detalhes serão preservados por se tratar de crime sexual envolvendo menor de idade.”
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