Recém-nascido teve parada cardíaca e está em UTI após ingerir fezes por demora em parto, no AP

 

Caso ocorreu na madrugada desta terça-feira (14), na maternidade Mãe Luzia, em Macapá. Sesa apura o caso e se houve negligência médica.

Hospital de Mulher Mãe Luzia, maternidade em Macapá - Primeiro bebê do ano no Amapá é uma menina e chegou à maternidade meia-noite, durante fogos

Um recém-nascido está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da maternidade do Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML), em Macapá, com complicações após a demora na realização do parto, que ocorreu nesta terça-feira (14). Segundo a família, exames atestaram que fluído de mecônio, que são as primeiras fezes de recém-nascidos, chegaram ao pulmão do bebê.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Amapá informou que uma equipe do Hospital da Mulher Mãe Luzia acompanha de perto a evolução clínica de uma mãe e seu bebê recém-nascido desde a entrada na maternidade em 13 de março. A mãe chegou em trabalho de parto avançado e precisou passar por uma cesárea devido a dificuldade para fazer força. O bebê nasceu com asfixia grave devido à ingestão do fluído de mecônio e está internado em estado grave na UTI neonatal.

A tia da criança, Josiane Sampaio Silva, que estava como acompanhante no hospital, contou ao g1 que a mãe deu entrada na maternidade por volta das 20h de segunda-feira (13), com 6 centímetros de dilatação, e a partir desse momento foi induzido o parto normal.

Também informou que por volta das 3h da manhã foi visto no prontuário que havia o fluído de mecônio, e que mesmo assim nada foi feito.

“Apenas quando houve a troca de plantão, de manhã, tentaram mais uma vez forçar o parto normal. Ela já estava com 9 ou 10 centímetros de dilatação e o bebê ingeriu fezes, teve parada cardíaca e fizeram cerca de 15 minutos de reanimação. Agora ele está sedado e fizeram um dreno porque foi fluído [fezes] pro pulmão dele”, descreveu a tia do bebê.

Este é o segundo caso de recém-nascidos com problemas na maternidade. No início deste mês uma bebê sofreu queimaduras no braço durante a técnica de aquecimento.

A bebê veio de Afuá, município do Pará, e precisou ser trazida para a maternidade de Macapá para tratar com urgência um problema grave no coração.

Com menos de 1 mês de vida, Caroliny Almeida Ribeiro morreu por complicações cardíacas em 5 de março.

Veja nota da Sesa na íntegra:

Uma equipe multiprofissional do Hospital da Mulher Mãe Luzia acompanha de perto a evolução clínica da mãe, Franciele Silva dos Santos, que veio do Afuá, e do seu bebê recém-nascido desde a entrada na maternidade, no dia 13 de março.

A puérpera chegou à unidade em avançado trabalho de parto, já com o coroamento, quando a cabeça do bebê começa a aparecer. Durante o parto, a mãe apresentou cansaço e dificuldade para fazer força até a expulsão total da criança. Ela foi reavaliada imediatamente pela equipe de plantão, composta por 4 obstetras, mais o enfermeiro obstetra, que indicou uma cesárea.

A criança nasceu com asfixia grave devido a ingestão do fluído de mecônio, que é água e secreções gastrointestinais produzidas pelo feto. O bebê está internado em estado grave na UTI neonatal de referência do estado, sendo atendido por neonatologistas, enfermeiros, fisioterapeutas e toda a equipe da unidade de tratamento intensivo.

A mãe deve ser liberada nas próximas 24h. O pai do bebê está fazendo o acompanhamento da evolução do filho. A maternidade entende o momento difícil pelo qual os pais estão passando e não mede esforços para a recuperação da saúde do bebê.

G1