Segundo o paciente, seu órgão já se encontrava necrosado pela demora no atendimento
Homem foi operado após três tentativas |
O servidor do estado aposentado, Luiz Antonio da Matta, de 65 anos e sua família, denunciam a negligência médica que o idoso teria sofrido por parte de médicos clínicos recém-formados, na emergência da unidade do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), onde foi submetido a cirurgia de emergência para retirada da vesícula.
De acordo com informações dos parentes, Luiz Antonio deu entrada no Hospital no dia 4 de fevereiro, sentindo fortes dores abdominais, vômitos e diarreia. Ele foi atendido por uma médica recém-formada e recebeu medicação intravenosa. Foi solicitado o exame do abdômen total e o paciente acabou sendo liberado. Os familiares só conseguiram marcar o exame para 6 de março.
Sem que as dores cessassem, o aposentado procurou novamente a emergência do CHN no dia 25 de fevereiro e foi atendido por outro médico recém-formado, que indicou o paciente a procurar um Gastroenterologia para tratar uma suposta gastrite. O paciente foi liberado mais uma vez, sem que a região do abdômen fosse examinada pelos dois primeiros médicos.
Última tentativa
Na manhã do dia 26 de fevereiro, Luiz Antônio retornou pela terceira vez à emergência do Hospital, com as mesmas dores. Na unidade, o paciente foi atendido por uma médica, descrita por ele como "experiente", que solicitou a realização do exame de tomografia. Com o resultado, a equipe médica decidiu submeter o aposentado a uma cirurgia de emergência de colecistectomia com colangiografia por videolaparoscopia e sequestrectomia por conta da alta gravidade do caso.
Segundo o paciente, o cirurgião do hospital afirmou que o órgão já se encontrava necrosado e acabou afetando o fígado devido à demora do atendimento.
“As perguntas que ficam são: por que a profissional não pediu um exame detalhado de imagem? Será que é orientação do hospital não deixar fazer imagem? A profissional em nenhum momento me examinou na região da dor e ficou falando que achava que era vesícula. Não podemos ter achismo na medicina. Essa situação é vergonhosa para o CHN e para a rede Dasa. Pago caro o plano de saúde da Amil e é isso que acontece num hospital de ‘referência’. O CHN divulga em seu site e através da sua comunicação sobre o tratamento pioneiro na terapia celular CAR-T no Brasil, mas deveria mesmo qualificar a mão de obra de seus médicos na emergência”, revoltou-se o paciente.
Em nota, o Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) lamentou a percepção da família em relação ao atendimento prestado ao referido paciente. “O hospital se coloca à disposição do paciente para esclarecer qualquer dúvida sobre sua jornada de cuidado durante os atendimentos, investigação diagnóstica, procedimento cirúrgico e sua internação até a alta hospitalar”.
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