sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Caos na Ortopedia do Estado provoca deslocamento de pacientes para Coruripe

Depois de quase quatro meses, profissionais desmontam estrutura de atendimento 

Internada no HGE, paciente aguarda procedimento cirúrgico

A crise do setor de Ortopedia que tem provocado dor em dezenas de pacientes internados no Hospital Geral do Estado (HGE) chegou ao seu pior momento nessa quinta-feira (26). Os profissionais desmontaram toda a estrutura de atendimento, após três meses e meio, e os pacientes estão sendo deslocados para a cidade de Coruripe.

A repercussão da notícia preocupa o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL). Solidário aos profissionais, mas, principalmente, com o efeito danoso para os pacientes, o presidente da entidade, médico Marcos Hollanda, não vê solução em curto prazo. O problema é ainda mais grave, pois não há mais raio-X especializado nem material para cirurgia. 

"Não vejo uma solução imediata para o problema e a grande questão, agora, é saber como vai ficar a questão da assistência, porque quem sente os efeitos são os pacientes", disse Hollanda.

Mulheres, homens, jovens da capital e do interior sofrem dia e noite com dores para o desespero de seus familiares. Com os membros quase sempre inchados, não têm posição ideal para não sofrerem. Ainda assim contam com o apoio de servidores abnegados e outros profissionais médicos de outras especialidades. Porém, o efeito dos analgésicos e o repouso não são suficientes.

No caso dos idosos a revolta é ainda maior, por conta da fragilidade física e os efeitos danosos provocados pelas fraturas. Filhos, esposas e parentes sofrem junto, porque nem todos conseguem onde ficar enquanto aguardam tratamento.

Agora, em meio à solução improvisada, ainda terão que se deslocar para o Litoral Sul, com a esperança de que as cirurgias sejam realizadas. As fraturas, decorrentes de quedas de moto e/ou da própria altura em ambientes domésticos ou vias públicas estão entre as principais origens dos traumas.

Quase sempre o pedido de socorro vem por meio de fotos e vídeos de aplicativos de celular, compartilhados desde o início da semana. A maior preocupação dos pacientes, depois da informação de que serão transferidos, é quanto à logística para esse deslocamento. 

Desde que o problema foi denunciado, no início da semana, não houve nenhum pronunciamento oficial da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). O Ministério Público do Estado (MPE), por sua vez, ainda não foi acionado por nenhum familiar. Pelo menos, até a tarde de ontem, não havia sido protocolada nenhuma denúncia.




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