Depois de quase quatro meses, profissionais desmontam estrutura de atendimento
Internada no HGE, paciente aguarda procedimento cirúrgico |
A crise do setor de Ortopedia que tem provocado dor em dezenas de pacientes internados no Hospital Geral do Estado (HGE) chegou ao seu pior momento nessa quinta-feira (26). Os profissionais desmontaram toda a estrutura de atendimento, após três meses e meio, e os pacientes estão sendo deslocados para a cidade de Coruripe.
A repercussão da notícia preocupa o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL). Solidário aos profissionais, mas, principalmente, com o efeito danoso para os pacientes, o presidente da entidade, médico Marcos Hollanda, não vê solução em curto prazo. O problema é ainda mais grave, pois não há mais raio-X especializado nem material para cirurgia.
"Não vejo uma solução imediata para o problema e a grande questão, agora, é saber como vai ficar a questão da assistência, porque quem sente os efeitos são os pacientes", disse Hollanda.
Mulheres, homens, jovens da capital e do interior sofrem dia e noite com dores para o desespero de seus familiares. Com os membros quase sempre inchados, não têm posição ideal para não sofrerem. Ainda assim contam com o apoio de servidores abnegados e outros profissionais médicos de outras especialidades. Porém, o efeito dos analgésicos e o repouso não são suficientes.
No caso dos idosos a revolta é ainda maior, por conta da fragilidade física e os efeitos danosos provocados pelas fraturas. Filhos, esposas e parentes sofrem junto, porque nem todos conseguem onde ficar enquanto aguardam tratamento.
Agora, em meio à solução improvisada, ainda terão que se deslocar para o Litoral Sul, com a esperança de que as cirurgias sejam realizadas. As fraturas, decorrentes de quedas de moto e/ou da própria altura em ambientes domésticos ou vias públicas estão entre as principais origens dos traumas.
Quase sempre o pedido de socorro vem por meio de fotos e vídeos de aplicativos de celular, compartilhados desde o início da semana. A maior preocupação dos pacientes, depois da informação de que serão transferidos, é quanto à logística para esse deslocamento.
Desde que o problema foi denunciado, no início da semana, não houve nenhum pronunciamento oficial da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau). O Ministério Público do Estado (MPE), por sua vez, ainda não foi acionado por nenhum familiar. Pelo menos, até a tarde de ontem, não havia sido protocolada nenhuma denúncia.
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