sábado, 21 de setembro de 2019

Família acusa prefeitura de Arraial por suposta negligência médica

Mulher morreu após 11 dias de espera por transferência

Mulher esperava transferência para um novo local que fizesse sua cirurgia de maneira especializada

A família de Leila Martins, de 63 anos, culpa a Prefeitura Municipal de Arraial do Cabo e a Secretaria Municipal de Saúde de negligência, que teria causado a morte da mulher. Leila faleceu na madrugada desta quinta-feira (19), no Hospital Geral da cidade.

Leila deu entrada no hospital na segunda-feira retrasada (9) com aneurisma pulmonar, que foi identificado através de exames da rede privada. A mulher já tinha pedido ajuda duas vezes para a rede pública antes e não foi diagnosticada. Após dar entrada, a recomendação foi de internar e fazer uma cirurgia na paciente.

Mas, de acordo com o viúvo de Leila, Eliel Fernandes Barreto, faltou empenho da Secretaria de Saúde em conseguir uma transferência para a mulher para um local que fizesse a cirurgia de maneira mais segura e especializada. Ele recorreu ao secretário Antonio Carlos Kafuru, mas não conseguiu resultado. 

Por causa da expectativa da cirurgia, Leila ficou cinco dias sem comer ou beber nada. Com isso, o quadro da moça piorou e ela precisou passar por uma hemodiálise, a partir daí, a operação de Leila não foi mais possível. Os parentes e amigos da mulher se mobilizaram para pedir ajuda pelas redes sociais, mas já era tarde. 

Eliel afirmou que vai colocar o município na Justiça e desabafou sobre a situação: “vamos tomar providências sim. Estamos procurando um advogado porque não vamos deixar isso assim, não é certo. Eles mataram a minha mulher. Se tivessem tido interesse desde o primeiro ou segundo dia, ela não teria vindo a óbito.”

Horas antes da morte de Leila,  amigos fizeram uma manifestação próximo ao Hospital Geral pedindo providências do município, que afirmava que não havia vagas nos unidades que podiam receber a mulher. 

Mesmo depois de quatro liminares na Justiça, a prefeitura disse que o caso foi tratado com prioridade e que a paciente estava cadastrada no Sisreg (sistema que regula leitos no Estado do Rio), mas o problema “não era a falta de verba, como erroneamente divulgado, mas de vagas” nos hospitais que podiam receber a mulher.

A Prefeitura de Arraial publicou uma nota oficial, falando sobre a morte de Leila e explicando que “fez o que pode para viabilizar a transferência da paciente, mas infelizmente encontrou dificuldades para conseguir a vaga” e que “durante o tempo que a paciente ficou internada no HGAC recebeu todos os cuidados da equipe, que trabalhou de forma incansável para oferecer todo aparato necessário”.

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