Em procedimento pré-operatório, auxiliar de limpeza de 48 anos teve o duodeno perfurado no dia 5 de setembro. Cirurgia para correção foi feita somente dois dias depois.
Polícia Civil apura morte de funcionária da Santa Casa de São João da Boa Vista |
A Polícia Civil de São João da Boa Vista (SP) investiga a suspeita de imperícia médica na morte de uma funcionária da Santa Casa, após passar por um exame pré-cirúrgico no mesmo hospital que trabalhava e ter o duodeno perfurado.
A cirurgia de reparação foi feita somente dois dias depois.
Exame pré-cirúrgico
Maria Aparecida Gregório Santana, de 48 anos, trabalhava como auxiliar de limpeza há sete anos na Santa Casa.
Ela iria fazer uma cirurgia no intestino e, em 5 de setembro, passou por uma colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), exame que utiliza simultaneamente a endoscopia digestiva e imagem fluoroscópica.
Santa Casa de São João da Boa Vista fez operação para retirada de órgãos |
“Ela foi internada para fazer a retirada de micro cálculos biliares na vesícula e o médico solicitou que fosse feito um exame, o CPRE, que foi o exame que perfurou o duodeno dela, que causou o abscesso que se espalhou pelo corpo todo, pelo sangue, causando uma infecção”, explicou o filho de Maria Aparecida, Rafael Santana.
Maria Aparecida morreu de infecção hospitalar em 12 de setembro, após ficar cinco dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A explicação do que aconteceu dada pelo médico foi gravada pelos familiares. “A gente precisou cortar por cima. Por cima, a via biliar da senhora era muito fina, então, a hora que a gente cortou, fez um acesso posterior que fez um pouco, saiu um pouco de lado, de eixo, por conta da inflamação e fez uma perfuração do duodeno", afirmou no áudio.
Cirurgia para corrigir perfuração
A família reclama que o médico responsável pelo exame não pediu uma tomografia após o corte e da demora para ser feita a cirurgia para corrigir a perfuração.
Família de São João da Boa Vista registrou boletim de ocorrência após mulher ter morrido por problemas ocorridos durante exame na Santa Casa |
Os filhos procuraram a polícia para fazer um boletim de ocorrência, que foi registrado como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
“Vão ser analisadas as condutas que foram adotadas e se elas foram adequadas ou não. Se for constatado que houve uma imperícia e até uma negligencia na condução do caso que levou a óbito, a gente tem um caso de homicídio culposo”, explicou o delegado Paulo César Junqueira Hadich.
Santa Casa, Cremesp e defesa
O representante da Santa Casa não quis gravar entrevista. Por nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo informou que ainda não foi notificado do caso.
O advogado Daniel Petinati, representante do médico que realizou o exame, informou que ele só irá se pronunciar quando for solicitado pelas autoridades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário