O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) abriu uma sindicância para apurar a conduta médica da equipe que realizou a cirurgia cesariana de uma jovem de 15 anos, no Hospital Memorial Guararapes, em Jaboatão dos Guararapes, no dia 7 de setembro. A jovem denunciou que a gravidez era gemelar, mas que após o parto, recebeu em seus braços apenas um bebê.
O Cremepe afirmou que não foi procurado pela jovem, mas que passou a investigar o caso. "O Conselho informa que não recebeu a denúncia sobre o caso citado, entretanto, a partir da matéria veiculada através da mídia, o Cremepe abriu uma sindicância ex-offício para investigar o ocorrido", comentou o órgão, através de nota, acrescentando que o expediente corre em sigilo processual.
"Agimos por demanda, para apurar denúncias ou ações que envolvam ato médico. Por meio da imprensa, ficamos sabendo do fato e abrimos a sindicância ex-officio. Vamos pedir a ficha da paciente, procurar o centro obstétrico para saber como foi o procedimento. A partir daí, vamos ouvir também a pessoa interessada, pedir os exames, saber como eles foram feitos. Em caso de indício de infração ao Código de Ética Médica, abriremos um processo", explicou o presidente do Cremepe, Mário Fernando Lins. A sindicância tem um prazo de 30 dias para ser finalizada, podendo entretanto ser prorrogada.
Segundo a família da jovem, que não teve o nome divulgado por ser menor de idade, todos os exames de imagem acusavam que ela estava grávida de dois bebês do sexo masculino. Os documentos foram apresentados à polícia e uma perícia mais detalhada deve assegurar se a gestação da jovem era ou não gemelar.
De acordo com o Hospital Memorial Guararapes, a mãe da paciente estava presente desde o início da incisão para a cesariana até o nascimento da criança. "Ela acompanhou todo o ato cirúrgico bem como a surpresa de toda a equipe ao constatar que havia apenas um bebê", informaram em nota. Ainda segundo o hospital, a mãe da jovem também "acompanhou os procedimentos de verificação da equipe médica no intuito de ter a certeza de que não havia outro bebê, sendo, de fato, constatado que não se tratava de uma gestação gemelar".
De acordo com o hospital, o parto ocorreu sem intercorrências e que, "diante dos exames de ultrassonografia realizados pela paciente em outras instituições e que demonstravam que ela estava com gestação gemelar", preparou equipe assistencial "incluindo, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, compatível com o procedimento de cesariana."
Toda a equipe médica que atendeu a adolescente foi intimada a prestar depoimento e as imagens das câmeras de segurança da sala de cirurgia também foram solicitadas pela polícia.
A Polícia Civil informou que está investigando o caso e a delegada Vilaneida Aguiar está ouvindo todas as partes. O órgão não deu mais detalhes para não atrapalhar o andamento das investigações.
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