Conselho viu violação a 5 artigos do Código de Ética Médica; ele foi investigados por problemas em procedimentos no Estado e no PR
Gonçalves, o "Dr. Faz Tudo", teve o registro cassado pelo CRM-MS |
O CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) confirmou a cassação do registro do médico Paulo Marcelino Andreoli Gonçalves, o “Dr. Faz Tudo”, acusado de infringir cinco artigos do Código de Ética Médica e alvo de 33 denúncias sobre erros médicos. Com a decisão, Gonçalves fica impedido de exercer a Medicina em qualquer lugar do país.
A cassação sucede uma primeira punição, aplicada em julho deste ano, quando o CRM suspendeu por 30 dias o direito do médico em exercer a profissão –entre 15 de julho e 13 de agosto. O “Doutor Faz Tudo” ganhou notoriedade nacional após reportagem do Fantástico, da TV Globo, apontar que ele foi alvo de investigações por 33 cirurgias que tiveram complicações.
Gonçalves foi acusado de infringir o Código de Ética Médica, especificamente nos artigos 1º (causar dano ao paciente por ação ou omissão caracterizável como imperícia, imprudência ou negligência), 5º (assumir responsabilidade por ato médico que não praticou ou do qual não participou), 8º (afastar-se das atividades sem deixar médico encarregado de pacientes internados ou em estado grave), 9º (faltar ou abandonar plantão sem substituto) e 87 (deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente).
Entre 2001 e 2004, o clínico-geral foi prefeito de Campina da Lagoa (PR), onde atuou profissionalmente. Foi cirurgião-geral do Hospital Regional de Amambai, atuou em Paranhos e, em 2013, foi suspenso pelo CRM por má condução de parto, que resultou na morte de um bebê em Antônio João, ocorrido em fevereiro de 2009.
Ele retornou ao Paraná, onde assumiu a direção clínica do hospital de Guairá, onde se auto intitulou “Dr. Faz Tudo” e teria assumido, conforme a reportagem, 90% dos procedimentos da instituição.
Em sua carreira, de 33 procedimentos, três resultaram em mortes. O CRM do Paraná havia informado à época que a maioria dos problemas ocorreu em Mato Grosso do Sul. Ele foi suspenso do hospital de Guairá após a reportagem ir ao ar.
Suspensão – Além da cassação de Paulo Gonçalves, o CRM-MS divulgou também a suspensão, por 30 dias, das atividades do médico Edson Batista de Lima, que também fica proibido de atuar no país por 30 dias por violação aos artigos 1º, 32 (deixar de usar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento reconhecidos e ao seu alcance em prol do paciente), 35 (exagerar gravidade de diagnóstico ou prognóstico, complicar terapêutica ou exceder-se no número de consultas, visitas ou outros procedimentos) e 87. Após os 30 dias, Lima poderá retomar as atividades profissionais.
O CRM-MS informou ter recebido denúncias contra os dois médicos e aberto sindicância para apurar os casos, convertidos em processos e julgados por comissão de conselheiros. “Em todos os casos, os médicos tiveram direito a ampla defesa”, ressaltou o órgão, via assessoria.
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