Ex-enfermeira do hospital particular São Judas Tadeu, em Cuiabá, denunciou a unidade de saúde por estar desligando o oxigênio e facilitando a morte de pacientes internados com covid-19.
A unidade hospitalar negou todas as acusações.
A profissional procurou a Polícia Civil, na manhã desta segunda-feira (5), para denunciar o caso.
De acordo com informações, a mulher teria sido demitida do hospital por não compactuar com a "estratégia de morte" e teria denunciado o caso para o Conselho Regional de Enfermagem (Coren).
"Vou contar para todo mundo que estão matando pacientes. Se a Polícia, se o Coren entrarem lá, vão ver que ali dentro os pacientes sendo tratados de forma incorreta. Eles estão sendo intubados de qualquer jeito, chega a sair sangue pelo olho e pelo nariz. É muito feio de se ver"
Já na delegacia, em conversa com jornalistas, a enfermeira afirmou que um dos casos de erro médico aconteceu com o major da Polícia Militar, Thiago Marins de Souza, 34 anos, que morreu no domingo (4), vítima do novo coronavírus.
O presidente do Coren, Antônio César Ribeiro disse à reportagem do O Bom da Notícia, que o Conselho já está apurando o caso. "Pedi para que a fiscalização fosse até o hospital, já instrui processo e estou aguardando a formalização e as notícias com alguma fundamentação para nos manifestarmos", relatou.
Mensagens do major
Mensagens enviadas pelo subcomandante do 24º BPM, major Thiago, relatam o sofrimento dele antes de morrer. (Veja prints no final da matéria)
Nas mensagens, supostamente enviada a um familiar, o major teria relatado alguns problemas enfrentados enquanto esteve internado no hospital.
“Um dos problemas que tenho passado aqui é que o atendimento aqui é ruim, muita gente e poucos profissionais (...) Mulher veio fazer o trem cedo e me esqueceu com aparelho. Dormi com o trem na cara e soltou parte, quase afoguei, soltei sozinho e até agora nada do socorro. (...) Pouco aparelho e profissional”, diz na mensagem.
Em outra mensagem, enviada em 19 de março, ele conta um sonho: “Tive uns pesadelos essa noite. Tive tipo uma falta de ar.”
Outro lado
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Hospital São Judas Tadeu informou que a acusação é inverídica. Segundo a unidade, a enfermeira foi demitida na semana passada por justa causa e que teria aproveitado desse momento para promover "retaliação e vingança".
Veja a nota na íntegra:
O Hospital São Judas Tadeu vem, nesta oportunidade, negar veementemente todas as notícias veiculadas na data de hoje, 5 de abril de 2021, que envolvem condutas supostamente promovidas em desfavor da saúde dos pacientes.
As acusações espúrias foram proferidas por uma funcionária que trabalhou 50 dias na Instituição, e foi demitida na semana passada justamente por práticas dissonantes com as exigidas pelo Hospital e, por isso, utiliza-se dessa pauta com cunho de promover retaliação e vingança.
É evidente que as afirmações são desprovidas de qualquer fundamento e principalmente provas. Diante da gravidade, o Hospital está empenhado na adoação das medidas cíveis e criminais cabíveis em face da profissional e isso será a maior resposta que poderemos dar a população.
De qualquer forma, reforçamos que o Hospital São Judas Tadeu é uma Instituição séria e respeitada, com histórico de excelência em serviços prestados à população cuiabana há mais de 35 anos.
Sempre atuamos com profissionais sérios e comprometidos com a ética e o bem estar dos pacientes e assim permaneceremos nossa caminhada.
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