Família de Gustavo Soares de Carvalho Moreno entrou com noticia crime no Ministério Público Federal. Ele foi liberado de hospital 15 horas após sofrer acidente.
Polícia investiga se houve erro médico na morte de jovem em Poços de Caldas
A família de um jovem de 23 anos que morreu depois de sofrer um acidente de carro, no início de março, está processando médicos da Santa Casa de Poços de Caldas por possíveis erros médicos. A Polícia Civil abriu inquérito pra apurar o caso.
Gustavo Soares de Carvalho Moreno estava com a namorada no dia 7 de março, quando se envolveram em um acidente de carro na BR-459. Ele sofreu algumas lesões e foi levado para a Santa Casa de Caldas, sendo transferido posteriormente para Poços de Caldas.
No hospital de Poços de Caldas, ele chegou a conversar com a mãe, que foi orientada que o filho deveria permanecer internado para fazer uma cirurgia no joelho na manhã seguinte. Ela foi embora e, ao retornar pela manhã, ele já havia sido liberado. Ao todo, ele retornou para a casa 15 horas após o acidente.
Em casa, ele começou a passar mal e sentir muitas dores. A mãe conta que ele pediu um refrigerante e agradeceu. Sendo que essa foi a última conversa que ela teve com o filho.
“A imagem do meu filho é de amor, de paz, de companheirismo, de alegria. É a imagem que ele deixou para todos. Os últimos momentos com o Gustavo, digo que, diante de tudo, ainda recebi um presente. Que foi a última coisa que ele me falou. Ele me mandou um beijo e me falou obrigado”, disse Mirella Soares, mãe de Gustavo.
Quatro dias depois a mãe voltou à Santa Casa e soube que havia sido feita uma tomografia. O exame, segundo o advogado, teria constatado que Gustavo estaria com 11 costelas quebradas, fraturas na bacia e no fêmur e uma hemorragia no tórax.
O advogado diz que essas lesões não teriam sido observadas pelo plantonista, que, segundo ele, não acionou um radiologista de plantão para analisar o exame.
“Nitidamente constatou-se erro médico, através de negligência, imprudência dos profissionais. E a responsabilidade objetiva do hospital”, disse o advogado Fábio Camargo.
Os outros três médicos que atenderam Gustavo no dia seguinte e deram alta pra ele também não teriam observado essas lesões, conforme aponta o advogado.
“Ele poderia ter sido cuidado, olhado, com mais profissionalismo, com mais cuidado. Afinal de contas, ele estava dentro de um hospital para isso mesmo, para ser cuidado”, falou.
A família entrou com uma noticia crime no Ministério Público Federal por falsidade ideológica já que o prontuário médico não traz essas informações. Além disso, pediu uma ação de reparação de danos contra o município, Gestor do SUS, contra a Santa Casa e contra os quatro médicos que atenderam Gustavo.
“A indenização em si não trará, obviamente, o Gustavo de volta. Mas é uma forma de responsabilizar aqueles que de alguma forma contribuíram para o resultado morte”, aponta o advogado.
A Polícia Civil de Poços de Caldas abriu inquérito para apurar possível homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
“Já ouvirmos diversos familiares, já oficiamos o conselho regional de medicina para restauração de procedimentos administrativo. Algumas diligencias ainda restam para a completa apuração dos fatos, dentre elas, a oitiva dos médicos envolvidos nesse evento”, disse o delegado Cleyson Brene.
Em nota a assessoria da Santa Casa de Poços de Caldas disse que desconhece o teor da ação proposta contra ela, mas lamenta a morte de Gustavo Moreno.
A Santa Casa afirma ainda ter posto à disposição do paciente todos os recursos tecnológicos para o tratamento e que aguarda para conhecer os termos da mencionada ação quando então responderá em juízo.
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