A ASVEM-PE tem como objetivo principal fornecer informações que facilitem a identificação do provável erro médico e, ao mesmo tempo, auxiliar a população a reivindicar os seus direitos.
domingo, 25 de abril de 2021
“ESTAMOS DESOLADOS”, DIZ PAI DE BEBÊ QUE TEVE BRAÇO QUEBRADO DURANTE O PARTO
O menino recém-nascido teve o braço fraturado em dois locais diferentes e sofre a cada banho ou troca de roupas
Um casal de Curitiba está enfrentando um grande problema desde o nascimento de seu filho Nathan na última quinta-feira (15). Segundo eles, o bebê teve um dos braços quebrado durante o parto que ocorreu em um hospital da região. De acordo com os pais da criança, a instituição de saúde não explicou o que aconteceu e não deu as orientações sobre os cuidados necessários com a fratura do recém-nascido.
A mãe, Gisele Scruff, lembra que o trabalho de parto foi difícil e que ela chegou a falar com o marido sobre a possibilidade da realização de uma cesária. “Eu falei para meu esposo: ‘Amor, tem alguma coisa de errado nesse parto porque eu não sinto ele descer, eu não sinto dilatar, eu não sinto que está fluindo. Não tem como fazer uma cesária? Porque senão vai acontecer alguma coisa comigo ou com o bebê.”
O pai, Thiago Scruff, conta que apenas 22 horas depois o filho conseguiu vir ao mundo. No entanto, nesse momento, uma médica obstetra disse à médica residente, que ela havia feito uma torção e passou a auxiliar o procedimento. “A obstetra fala para a residente que estava fazendo o parto que ela tinha feito uma torção em excesso. Ela falou assim: ‘Você torceu demais’. Daí, ela assume e arrancam o neném, colocam no braço da minha esposa e na mesma hora a minha esposa percebe que tem alguma coisa errada”, diz Thiago.
“Quando a gente sai da mesa do parto e vai para a salinha de observação, que me trouxeram ele, eu reparei que o bracinho dele estava muito para baixo. Eu falei: ‘Moça, não tem como arrumar porque o bracinho está muito para baixo, vai machucar’. Ela falou: ‘Não, mãe. Elas já sabem como arrumar, a gente não pode mexer”,
completa a mãe.
Ainda conforme os pais do pequeno Nathan, em dois vídeos gravados após o parto, o recém-nascidoaparece chorando muito enquanto movimenta as pernas e o braço direito, mas não o esquerdo. Mesmo assim, somente seis horas depois do nascimento, quando o ele foi levado para o banho é que uma nova enfermeira percebeu que o menino estava com o membro quebrado.
“Quando colocamos ele na banheira, foi quando ela falou: ‘Mãe, olha o bracinho dele’. Eu falei: ‘Mas meu Deus, eu já tinha falado que tinha alguma coisa de errado, mas ninguém me deu atenção”, diz a mãe ao relembrar do nascimento do filho.
Segundo Thiago, ele conversou com a chefe do setor de pediatria e com as médicas que realizaram o parto para cobrar uma posição sobre o ocorrido. No entanto, durante a conversa gravada pelo pai, todas alegaram que o procedimento ocorreu conforme o esperado.
“Eu não sei dizer o que aconteceu, eu estava ali junto e não teve nada de diferente do que o que normalmente acontece no parto normal”, declarou a obstetra em parte da conversa.
Ele ainda relata que a chefe do setor primeiramente negou o ocorrido, mas ao ver os vídeos, acabou admitindo o problema e admitiu que a médica residente que começou o parto, ao saber sobre o braço do bebê, ficou bastante abalada.
“Ela dá duas versões: de que tudo foi normal, mesmo a gente sabendo que não foi e daí quando eu mostro o vídeo, que eu tinha feito, aí sim ela fala ‘Realmente, eu estou vendo aqui que houve alguma coisa’”, relata Thiago.
Nathan, que recebeu alta dois dias depois do nascimento, agora enfrenta uma batalha a cada banho e a cada troca de roupas. O bebê chora porque sente dor no braço quebrado e revoltados com a situação, os pais explicam que o hospital não deu o suporte esperado.
“A carga mais pesada está sobrando para a gente também, que é ter que mexer no lugar onde está doendo muito. E como dói fisicamente nele, dói na gente também emocionalmente. Nós estamos desolados. Não foi nem instruído como dar banho, como fazer. A única orientação que tivemos foi: ‘Deixa o braço do bebe imobilizado’. Mas ficou muito vazio isso”,
Além de pedir uma reparação na Justiça, os pais querem entender o que aconteceu e, se houve erro médico, querem que os profissionais respondam pelo erro.
“A gente entrou nessa guerra para que futuros pais e mães não passem por isso porque isso é desumano. É uma falta de respeito”, diz Thiago. “Eu acredito que ele nasceu perfeito, mas que algo aconteceu para que o bracinho dele esteja assim hoje. Nós queremos uma resposta”, finaliza a mãe.
O que diz o hospital
Por meio de nota, o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie afirmou o seguinte:
“A paciente G.S.A.S teve seu parto realizado no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie – HUEM – no dia 15/04/2021, sem intercorrências. Contudo, após o nascimento, foi constatada uma fratura no membro superior
esquerdo da criança.
O recém-nascido recebeu o atendimento especializado necessário e foi acompanhado durante seu internamento. Com boa evolução, a criança recebeu alta no dia 17/04/2021 com data de retorno para acompanhamento ambulatorial, sem prejuízo ao seu desenvolvimento e à sua saúde.
Em mais de uma oportunidade, as equipes médicas reuniram-se com os pais para esclarecimentos e para sanar dúvidas. Em momento algum houve óbice por parte dos nossos profissionais.
Por fim, vale pontuar que não constam registros de comunicação dos genitores com a instituição através dos canais oficiais, seja por intermédio da Ouvidoria ou das redes sociais do HUEM.“
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