Investigação completou um mês e a vítima já reconheceu o suspeito na Deam, em Campo Grande. Além disso, 9 pessoas prestaram depoimento até o momento.
Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande
A Polícia Civil deve pedir mais 30 dias para investigar o possível estupro no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HR-MS). A investigação completou um mês nessa quinta-feira (4) e a vítima já reconheceu o suspeito na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Campo Grande. Além disso, 9 pessoas prestaram depoimento até o momento.
"As buscas continuam e algumas oitivas tiveram de ser adiadas, mas devem ocorrer no início da próxima semana. Vou pedir prazo em razão de mais diligências que ainda precisam ser feitas, tendo em vista que é um inquérito complexo", afirmou ao G1 a delegada Maíra Pacheco, responsável pelas investigações.
Há cerca de 10 dias, a Justiça não acatou o pedido de medida protetiva contra o suspeito, que é um técnico de enfermagem de 51 anos. Ele já foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável e também continua atuando na unidade hospitalar.
"Estou indignada, mais ainda pelo fato dele nem ter sido afastado do trabalho. Esse homem é bomba. Ele pode fazer mais vítimas. O que ele fez com minha filha pode fazer muito mais", lamentou na ocasião a mãe da vítima, de 56 anos.
Em nota, o HR-MS disse que foi aberto sindicância para apurar os fatos e "quaisquer informações adicionais serão repassadas após a apuração". Além disso, o hospital reiterou que todos os casos de supostas infrações nos diversos campos, administrativo e assistencial, se pautam nos ditames éticos e legais vigentes para tomada de providências.
Entenda o caso
Internada por cerca de 15 dias no mês de fevereiro, com o diagnóstico de Covid-19, a paciente gravou um áudio e pediu para a mãe levar até a delegacia, denunciando suposto crime no hospital. No depoimento, ela disse que o suspeito se apresentou durante a madrugada e disse que ia cuidar dela. A noite, porém, "foi de terror", ainda conforme o relato da mulher.
Segundo a denúncia, a mulher diz que percebeu o crime quando começou a sentir frio e o suspeito teria retirado a coberta, pegado um óleo e dito a ela que "era bom em massagem". "Eu não conseguia nem entender, falar direito e ele derramou o óleo e senti os dedos dele. Fiquei desesperada, ele pedia calma, pedia para não chamar a atenção e comecei a tossir muito até que outra enfermeira chegou e perguntou o motivo dele estar ali com a luz apagada. Aí depois veio o médico, ele ainda ficou ali um tempo com medo de eu falar algo, até que minha mãe ligou e eu consegui contar por cima", relembrou.
Após a ligação, a mulher disse que recebeu a visita de uma assistente social, além de outras profissionais que a acalmaram. Em seguida, ela gravou um áudio e a mãe registrou um boletim de ocorrência por estupro de vulnerável.
Polícia solicitou câmeras do hospital
A polícia instaurou inquérito na Deam e solicitou imagens de câmeras do hospital, além de pedir a escala de plantão do dia 4 de fevereiro, data da denúncia do crime.
A investigação também já ouviu 9 pessoas no inquérito de estupro no HR, entre elas quatro enfermeiras que atuam no hospital e cuidaram da paciente e os dois enfermeiros suspeitos do crime.
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