A Prefeitura de Igarapé-Miri informou, nesta terça-feira (9), que a morte da criança está sendo apurada, e que a paciente recebeu assistência médica e de enfermagem na unidade hospitalar
Hospital e Maternidade Santana, em Igarapé-Miri, no Baixo Tocantins, acusado de negligência médica por morte de bebê em parto
Um bebê morreu durante o parto no Hospital e Maternidade Santana, em Igarapé-Miri, no Baixo Tocantins, na manhã de segunda-feira (8), e a família do bebê acusa o hospital de negligência médica. Em nota, a Prefeitura de Igarapé-Miri informou, nesta terça-feira (9), através da Secretaria Municipal de Saúde, que a morte da criança está sendo apurada, e reitera que a paciente recebeu assistência médica e de enfermagem na unidade hospitalar.
"A Prefeitura de Igarapé-Miri, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que "o óbito de um bebê durante o parto no Hospital e Maternidade Sant'Ana está sendo apurado. A parturiente recebeu atendimento médico e de enfermagem logo que deu entrada no hospital. Por fim, reiteramos que nos solidarizamos aos familiares neste momento de dor e estamos prestando todo o apoio à família", conclui a nota.
O pai da criança, José Cardoso, contou que não havia médico para assistir a esposa, apenas enfermeiros. A direção do hospital confirmou que chamou um doutor particular para fazer o parto, mas quando o doutor Alessandro Lobato chegou, o bebê havia morrido.
"Não tinha nenhum médico, quando o doutor Alessandro chegou, não tinha mais jeito, a criança estava morta. Ele que tirou a criança, se não matava até a mãe, ia morrer o filho e a mãe", disse José Cardoso, chorando, ainda na segunda-feira, logo após receber a notícia da morte do seu primeiro filho.
José Cardoso é natural da comunidade ribeirinha de Igarapé-Miri e estava desolado com a perda do bebê. Ele inclusive deu entrevista ao Jornal Miriense Online, que tem uma página no Facebook, em que desabafa: "que tivesse um médico para atender, como aconteceu com meu filho, vai acontecer com muitos. Na hora que a gente precisa vem ao hospital e não tem recurso, aí eles matam a pessoa".
A Redação Integrada ouviu o médico Alessandro Lobato, chamado às pressas pela direção do hospital. "Eu, na realidade, encontrei uma situação caótica. Um enfermeiro me ajudou. O bebê estava com a cabeça para fora, o que engatou foi o ombro, mas ele já estava morto, como se estivesse enforcado", contou Lobato.
Perguntado sobre o que avaliava ter contribuído para a morte do bebê, Alessandro Lobato disse que era necessário fazer uma manobra obstétrica adicional. "Era preciso fazer uma distócia de ombro, na obstetrícia é uma intercorrência normal, mas não foi feito. Eles estavam há mais de 40 minutos em uma situação de pânico", disse o doutor, que afirmou que o bebê era relativamente grande.
Sobre a mãe, Alessandro Lobato disse que não teve tempo de conversar com ela nem a avaliou para poder saber se ela apresentava algum problema de saúde anterior ao parto, mas disse que ao deixar o hospital, a mãe estava consciente.
Em entrevista ao Jornal Miriense Online, que tem página no Facebook, Alessandro Lobato, pela manhã, afirma que houve negligência médica sim, e até usa o termo imperícia médica. Mas, à reportagem da Redação Integrada de O Liberal, na noite de segunda-feira, ele disse não ter visto nenhum médico na sala de cirurgia, e afirmou que apenas um enfermeiro o auxiliou no procedimento no hospital. "Eu fui chamado pela diretora Constância", disse o doutor.
"Tinha um médico sim, mas nós sempre chamamos o doutor Alessandro Lobato, porque ele mora aqui e nos auxilia, algumas vezes", afirmou a diretora administrativa do Hospital Santana, Constância Almeida Trindade. Questionada sobre o fato de um hospital público, com médico, precisar dos serviços de um particular, a diretora interrompeu a conversa, dizendo que estava com dor de cabeça.
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