quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Polícia pede ampliação de inquérito que investiga cirurgião plástico suspeito de importunação sexual em Porto Alegre

 

Delegacia quer mais tempo para ouvir algumas vítimas de abuso sexual e testemunhas. Defesa do médico nega crimes.


Polícia pede mais tempo para concluir investigação sobre médico acusado de assédio no RS

A Polícia Civil de Porto Alegre pediu ao Judiciário a prorrogação do prazo do inquérito que investiga o médico Estevão José Rodrigues, de 68 anos, por suspeita de crimes sexuais. O cirurgião plástico está preso desde 9 de novembro e já teve um pedido de liberdade negado pela Justiça.

A investigação trabalha com possibilidades de indiciamento por importunação sexual e lesão corporal culposa por erro médico.

O advogado Gustavo Nagelstein, que recentemente passou a defender o cirurgião, declarou que as denúncias foram feitas por pessoas que não são isentas e que o processo se encarregará de mostrar a inocência do médico.

A polícia afirma que ainda precisa ouvir algumas vítimas de abuso sexual e testemunhas. A delegada Marcela Ehler aguarda a conclusão de laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), entre eles, exames que buscam esclarecer se algumas pacientes foram dopadas dentro da clínica do médico durante o atendimento.

RBS TV teve acesso a depoimentos de pacientes. Em um deles, uma mulher relata que era tocada nos seios pelo médico. Outra pessoa diz que tentava se proteger de investidas do cirurgião.

"A vítima foi para trás e colocou as mãos sobre os seios porque se sentiu desconfortável. Quando ela foi sair do consultório, o suspeito tentou dar uma selinho", diz a delegada.

Defesa do médico Estevão Rodrigues nega os relatos

Na operação realizada na segunda semana de novembro, na clínica do cirurgião, foi apreendido um medicamento que costuma usado para aplicar o golpe "boa noite, Cinderela". A pessoa que toma essa substância misturada com bebida alcoólica tem a memória afetada. Mulheres que foram atendidas recentemente pelo médico vão ser convidadas a fazer exames no Instituto-Geral de Perícias (IGP).

"As que concordarem passarão para um exame de violência sexual e também toxicológico para verificar se foi ministrado esse medicamento mesmo", afirma Marcela Ehler.

Segundo a polícia, pelo menos 10 mulheres ficaram com deformações no corpo por causa de procedimentos mal feitos e que apresentaram complicações. A clínica, na Zona Norte de Porto Alegre, funcionava de forma irregular e foi fechada pela Vigilância Sanitária por não ter autorização para realizar procedimentos clínico-cirúrgicos.

No local, foram encontrados medicamentos e produtos de desinfecção vencidos, instrumentos cirúrgicos sujos, enferrujados e sem comprovação de esterilização. O Conselho Regional de Medicina abriu uma sindicância para investigar a conduta do cirurgião.






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