sexta-feira, 22 de julho de 2022

CAMETÁ – Hospital é acusado de demora em parto e bebê morre no ventre da mãe. Vídeo

 

Familiares e amigos realizaram manifestação e depois saíram às ruas pedindo Justiça. O Ministério Público foi procurado paar que abram procedimento investigatório sobre a morte da bebê

Um caso de suposta negligência médica ocorrido no Hospital e Maternidade Santa Luíza de Marillac, em Cametá, teria provocado a morte da bebê Bianca Aurora Corrêa do Carmo, ainda no ventre da mãe. A acusação é de que tanto os médicos quanto as enfermeiras, segundo familiares, demoraram a fazer o parto, apesar de a mãe quase implorar por ajuda.


Depois de várias idas ao hospital em busca de socorro, sentindo fortes dores, durante duas semana, Emelly de Nazaré Baia Corrêa perdeu a filha. “Diante da monstruosidade ocorrida, nem todas as palavras do mundo conseguem expressar a explosão de sentimentos de uma mãe enlutada”, disse ela em uma carta aberta à população de Cametá, município da Região do Baixo Tocantins, nordeste paraense.


O fato ocorreu no último dia 13 de julho e o caso foi comunicado ao Ministério Público pela mãe da bebê e o marido para que seja aberto um procedimento investigativo, pois, segundo os pais de Aurora, este não seria um caso isolado de negligência naquela unidade hospitalar, que é particular e tem convênio com a Prefeitura de Cametá.


Familiares e amigos dos pais da bebê fizeram uma manifestação na quarta-feira (20), na frente do hospital, que seguiu pelas ruas da cidade até o fórum, pedindo justiça. A direção do hospital ainda não se manifestou publicamente sobre o caso, embora procurada. O espaço está aberto à manifestação.


Na carta aberta à população, Emelly fala sobre os momentos de angústia a que foi submetida no hospital que se diz referência em maternidade no município de Cametá. Ela afirma que, durante duas semanas seguidas, foi com o marido procurar atendimento no hospital e tentar dar entrada na internação para ter a filha, mas os dois dizem que forNo intervalo entre dois e três dias, ela voltava no hospital com dores, mas sempre as enfermeiras diziam que não estava no tempo de nascer. “No dia 11 de julho dei entrada na recepção da maternidade pela parte da manhã, com fortes dores, chegamos cedo e por volta das 11 horas o médico plantonista saiu para atender outra pessoa, deixando eu e outro paciente esperando. Por volta de 12 horas fui atendida por uma enfermeira, que me fez o toque e disse que meu bebê estava bem, que eu não apresentava sinais de trabalho de parto, mesmo eu sentido fortes dores, e pediu para eu voltar pra casa e aguardar sinais mais fortes”, diz a mãe na carta.am tratados com arrogância e desculpas diferentes, de que ainda não estava no tempo da bebê nascer.


“No dia 05 de julho, tentamos novamente atendimento e mesmo eu estando com dor, não fomos novamente atendidos, porque a enfermeira alegou que a ultrassonografia que eu tinha, batido há pouco tempo, não valia lá por não ser de um profissional obstetra que atendesse no local”, relata a mãe.


Ela disse que foi encaminhada para um consultório particular de um médico, para fazer uma nova ultrassonografia no dia seguinte e que se o médico desse a ordem para retirar a bebê, que era pra voltar no hospital. Os dois foram até o consultório bater a nova ultrassonografia e o médico disse que a bebê era só para o final do mês, mas ela não confiou muito, porque outro médico havia dito que estava pra nascer entre os dias 5 a 8 de julho, baseado em uma ultrassonografia anterior.


No intervalo entre dois e três dias, ela voltava no hospital com dores, mas sempre as enfermeiras diziam que não estava no tempo de nascer. “No dia 11 de julho dei entrada na recepção da maternidade pela parte da manhã, com fortes dores, chegamos cedo e por volta das 11 horas o médico plantonista saiu para atender outra pessoa, deixando eu e outro paciente esperando. Por volta de 12 horas fui atendida por uma enfermeira, que me fez o toque e disse que meu bebê estava bem, que eu não apresentava sinais de trabalho de parto, mesmo eu sentido fortes dores, e pediu para eu voltar pra casa e aguardar sinais mais fortes”, diz a mãe na carta.


Idas, vindas e alegações


Emelly voltou para casa e almoçou com dor e em seguida começou a sangrar. “Voltamos para o hospital com dores fortes e sangramento, mas o atendimento demorou e quando veio, a enfermeira-chefe nos tratou com arrogância e ao realizar o toque, mesmo sangrando, ela disse que não era sangue e me perguntou se tinha alergia a algum remédio, pois iria fazer uma medicação para parar a dor. Logo em seguida me aplicou Voltarem. O médico plantonista chegou logo depois e pediu para me examinar e presenciou que eu estava sangrando, mas disse que era normal a mulher sangrar por semanas até ter o bebê. A enfermeira escutou o coração da Aurora e disse que estava tudo bem”, prossegue a mãe.


“O médico solicitou uma nova ultrassonografia e nos perguntaram se tínhamos condições de pagar, tornei a dizer que sempre fiz de tudo para ter minha Aurora segura e não me importava com dinheiro. Fui fazer a ultrassom paga no hospital, onde o médico dizia que meu bebê aguentava até na próxima semana, que o coração da Aurora estava ótimo e tudo estava normal. Cheguei até a pedir por favor para ele me operar, mas sempre dizia que estava tudo bem, que minha filha aguentava, me deu um encaminhamento para operar na manhã da quarta-feira, 13, e me liberou para voltar para casa”, lembra ela.


No dia 13 de julho, ela chegou no hospital pela manhã em jejum para fazer a cesariana, mas no momento do procedimento de rotina, ela disse para a enfermeira que a bebê não estava mexendo.


“A enfermeira foi tentar ouvir o coração da minha filha, mas já não batia mais e quando se deram conta do ocorrido logo me levaram para a sala de preparo. O médico foi acionado pelo hospital para atender meu caso e por volta das 10h30 fui levada para a sala de cirurgia e me passou um filme na cabeça, o medo de perder minha Aurora aumentava a cada instante. Pedia a todo momento para salvar ela pois me importava em ver ela bem e ouvir seu choro. O momento tão aguardado chegou e a notícia que eu nunca queria ouvir veio junto: minha filha já estava sem vida em meu ventre. Recebi essa notícia, meu mundo caiu, como se quase todos meus sonhos fossem juntos com ela. Vi minha filha sem vida, sem ouvir seu choro, sem ver o brilho em seus olhos, pois esse direito foi silenciado pela negligência hospitalar”, lamenta a mãe.


Veja o desabafo da mãe durante manifestação:





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