Ministério Público recebeu denúncias sobre falta de atendimento no último domingo (10). No mesmo plantão, pacientes tiveram alta sem realizar exames. Saúde Estadual informou que já pediu o afastamento da profissional.
Hospital de Referência de Dianópolis
Denúncias relatando a falta de atendimento a uma adolescente grávida no Hospital Regional de Dianópolis levou o Ministério Público Estadual (MPTO) a instaurar um inquérito civil público para apurar a conduta de uma médica plantonista. O documento é desta terça-feira (12) e também investiga outras supostas negligências na unidade. A Saúde Estadual pediu o afastamento da profissional.
Segundo as reclamações, repassadas ao órgão através da Ouvidoria, a adolescente procurou a unidade por volta das 20h de domingo (10), reclamando de dores nas costas. Conforme relato da mãe, que a acompanhou até o hospital, a jovem ficou esperando na sala de pré-parto e uma enfermeira acionou a médica por diversas vezes, que teria feito ‘pouco caso’ e não atendeu o chamado. Para justificar, teria dito que “em tempos de Covid não é aconselhável ir para o hospital”.
Por volta das 22h30, em mais uma tentativa de atendimento, a enfermeira disse que a profissional estava em seu horário de descanso.
A mãe da grávida ainda disse que no mesmo dia, uma criança de dois anos teria sido liberada pela médica mesmo apresentando sintomas de febre, vômito e diarreia.
Diante das denúncias, a promotoria quer analisar as escalas de profissionais nos meses de junho e julho e os atendimentos no mesmo período que terminaram em óbito para apurar se houve negligência. O pedido também é para outras unidades do estado, desde que o atendimento tenha passado pela unidade de Dianópolis.
O órgão ainda anunciou que, conforme a portaria, irá vistoriar o Hospital de Referência em dias e horários diversos, para apurar possíveis irregularidades, bem como a presença dos médicos plantonistas. Também solicitará à Polícia Civil se houve registro de boletim de ocorrências com questionamentos sobre negligências no atendimento.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) deverá prestar as informações em até 48 horas, segundo o inquérito.
O que diz a SES
Questionada sobre as reclamações, a SES informou que já tomou ciência de algumas denúncias relacionadas ao atendimento na unidade, e que a empresa responsável pela contratação de médicos para o Hospital Regional de Dianópolis é o Instituto Elisedape.
A pasta também disse que notificou a empresa sobre a situação e pediu que a médica citada nas denúncias seja retirada de imediato da escala de plantões. A empresa também deverá disponibilizar profissional médico para ocupar a vaga da profissional.
Na nota, a SES ainda destacou que “já abriu sindicância para apuração dos fatos e tomará as medidas cabíveis, bem como denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM)”.
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