sexta-feira, 15 de julho de 2022

Inquérito apura se médica negou atendimento a adolescente grávida e outros pacientes em Dianópolis

 

Ministério Público recebeu denúncias sobre falta de atendimento no último domingo (10). No mesmo plantão, pacientes tiveram alta sem realizar exames. Saúde Estadual informou que já pediu o afastamento da profissional.


Hospital de Referência de Dianópolis

Denúncias relatando a falta de atendimento a uma adolescente grávida no Hospital Regional de Dianópolis levou o Ministério Público Estadual (MPTO) a instaurar um inquérito civil público para apurar a conduta de uma médica plantonista. O documento é desta terça-feira (12) e também investiga outras supostas negligências na unidade. A Saúde Estadual pediu o afastamento da profissional.

Segundo as reclamações, repassadas ao órgão através da Ouvidoria, a adolescente procurou a unidade por volta das 20h de domingo (10), reclamando de dores nas costas. Conforme relato da mãe, que a acompanhou até o hospital, a jovem ficou esperando na sala de pré-parto e uma enfermeira acionou a médica por diversas vezes, que teria feito ‘pouco caso’ e não atendeu o chamado. Para justificar, teria dito que “em tempos de Covid não é aconselhável ir para o hospital”.

Por volta das 22h30, em mais uma tentativa de atendimento, a enfermeira disse que a profissional estava em seu horário de descanso.

A mãe da grávida ainda disse que no mesmo dia, uma criança de dois anos teria sido liberada pela médica mesmo apresentando sintomas de febre, vômito e diarreia.

Diante das denúncias, a promotoria quer analisar as escalas de profissionais nos meses de junho e julho e os atendimentos no mesmo período que terminaram em óbito para apurar se houve negligência. O pedido também é para outras unidades do estado, desde que o atendimento tenha passado pela unidade de Dianópolis.

O órgão ainda anunciou que, conforme a portaria, irá vistoriar o Hospital de Referência em dias e horários diversos, para apurar possíveis irregularidades, bem como a presença dos médicos plantonistas. Também solicitará à Polícia Civil se houve registro de boletim de ocorrências com questionamentos sobre negligências no atendimento.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) deverá prestar as informações em até 48 horas, segundo o inquérito.

O que diz a SES


Questionada sobre as reclamações, a SES informou que já tomou ciência de algumas denúncias relacionadas ao atendimento na unidade, e que a empresa responsável pela contratação de médicos para o Hospital Regional de Dianópolis é o Instituto Elisedape.

A pasta também disse que notificou a empresa sobre a situação e pediu que a médica citada nas denúncias seja retirada de imediato da escala de plantões. A empresa também deverá disponibilizar profissional médico para ocupar a vaga da profissional.

Na nota, a SES ainda destacou que “já abriu sindicância para apuração dos fatos e tomará as medidas cabíveis, bem como denúncia junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM)”.







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