sábado, 16 de julho de 2022

Descaso na saúde, até quando?

 


O ditado “Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar” é utilizado para tranquilizar alguém de que qualquer coisa ruim que tenha acontecido, não voltará a acontecer novamente. O ditado é um mito que já foi derrubado pela ciência. E sim, coisas ruins, ou tragédias, se repetem, principalmente se nenhuma providência for tomada pelos responsáveis. Foi o que aconteceu no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis.

Um mês depois da morte de uma bebê de dois meses no mesmo Hospital Infantil, que de acordo com a mãe ela ficou dois dias à espera de uma vaga de UTI na unidade, e depois a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a morte não teve relação com a falta de UTI, outra criança, de dois anos e quatro meses, morreu na madrugada de segunda-feira (11), também no Infantil. Ela aguardava por leito de UTI pediátrica em decorrência de um quadro grave de pneumonia.

Ficou claro nos últimos meses a precariedade da saúde em Santa Catarina. A crise no setor começou em fevereiro de 2021, quando o Estado enfrentou uma das piores fases da pandemia. Depois, o colapso arrefeceu com a melhora geral da situação da Covid-19. E voltou a piorar em maio deste ano, com a chegada do frio e o aumento do número de casos de síndromes respiratórias.

Neste caso da morte da criança no Infantil, a Secretaria de Estado da Saúde só se manifestou um dia depois por meio de nota oficial – “a paciente chegou à unidade de saúde em estado demasiadamente agravado, sendo que a equipe prestou todo o atendimento possível”. Uma nota fria, distante da trágica situação. Somente ontem o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto, deu entrevista ao Balanço Geral, da NDTV: “O sistema está extremamente tencionado e os profissionais também estão extremamente tensos”.

Ora, a pandemia está aí há dois anos e quatro meses e no inverno os casos de doenças sazonais aumentam. O Estado tem obrigação de aparelhar melhor o sistema de saúde, oferecer atendimento digno à população. Dinheiro não falta para o governo, que vem divulgando recordes de arrecadação e, antes do período eleitoral, distribuiu muito dinheiro para os municípios. O governo catarinense precisa, de uma vez por todas, olhar com seriedade para o sistema de saúde para evitar novas tragédias.

nd+


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