terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

População denuncia descaso na Saúde Pública em Itaporanga D"Ajuda

 


Na manhã desta quinta-feira, 9, o Jornal da Fan denunciou o descaso com o qual vem sendo conduzida a Saúde Pública no município de Itaporanga D’Ajuda. Nas últimas semanas, moradores da cidade têm entrado em contato com a produção do programa, relatando as dificuldades enfrentadas pelos munícipes para conseguir atendimento médico, realizar exames de média e baixa complexidade ou até mesmo para ter acesso a medicamentos de uso contínuo.

A equipe de reportagem do Jornal da Fan esteve no município, na manhã de hoje, para averiguar a real situação. Um grande obstáculo foi o receio, por parte dos moradores, em relatar os problemas enfrentados, pois muitos, direta ou indiretamente, dependem da Prefeitura para sobreviver. Há, também, além do receio, um clima de medo entre os moradores.

O morador Wilhams Pontes Rosa é um dos cidadãos que está na bronca com a prefeitura. Ele reclamou à nossa reportagem que já faz tempo que vem tentando ser atendido e marcar exames, sem sucesso. Mesmo de forma vaga e com medo de represálias, o morador acabou insinuando que uma possível ligação entre empresas e poder público pode ser a razão do sucateamento dos serviços prestados à população e do sentimento de medo que tem coagido os moradores a ficarem em silêncio.

“Não consigo marcar consultas ou exames. Até mesmo na Justiça e demais órgãos públicos meu atendimento vem sendo negado. Eu reclamo muito, as pessoas fingem que nada está acontecendo, pois estão com medo de falar. É uma manipulação muito grande por aqui.  Eu vou falar, da minha parte, mas estou correndo até risco de vida. Porque eu trabalhava em uma empresa e movi uma ação trabalhista contra ela. Depois disso, comecei a ter muitos problemas. São muitas coisas erradas acontecendo aqui. Só não morri até hoje porque eu tenho Deus”, denunciou o homem.

Uma outra moradora foi abordada, mas, por temer represálias, não quis falar e preferiu não se identificar. “A gente não pode nem falar. Não podemos falar nada não, deixa quieto, certo? Do que adianta a gente falar e a maioria não. Para falara verdade, eu não vou falar nada”, disse a moradora, temerosa.

Outra moradora, que também não quis se identificar, reclamou de um problema referente à infraestrutura na localidade onde mora. “O prefeito prometeu fazer uma ponte lá onde moro, na região da Rua das Lajes. Tem que fazer, porque a comunidade precisa. Somos obrigados a conviver com um esgoto a céu aberto, onde passam ratos, insetos venenosos, cobras e tudo o mais que você puder imaginar, coisas com as quais somos obrigados a conviver”, cobra.

Uma mulher que também preferiu manter sua identidade em sigilo, disse que só conseguiu atendimento médico para o filho porque foi buscar na capital. “Tive que ir para Aracaju para o Hospital da Criança, porque aqui não tem atendimento e nem medicamento. Quando acontece alguma emergência, as pessoas precisam ir até a capital. Também faltam fraldas descartáveis, meu filho é autista e tem quase sete meses que corro atrás para pegar e não consigo. Eles sempre dão a mesma desculpa: ‘Não chegou ainda não’. Além desse problema, sofremos constantemente com falta de abastecimento de água”, reclamou.

Mais uma habitante da cidade fez as mesmas reclamações ao ver nossa equipe de reportagem. “Não tem atendimento. Com relação à UPA, não tem médico. Para o Hospital da Criança daqui, também não tem médico há mais de 15 dias. Para receber um atendimento de urgência, tive que ir para Aracaju, para o João Alves, pois os médicos não estão recebendo salário. Eles estão aí dentro. Eles vêm, mas não atendem”, denunciou a moradora.

A mãe de um menino portador de necessidades especiais e que necessita de medicação controlada de uso contínuo, disse que desde novembro do ano passado não consegue ter acesso gratuito medicamento. O direito à medicação lhe é garantido por lei, mas ela está sendo obrigada a mexer no seu orçamento para comprar o medicamento.

Um senhor de idade também aproveitou para se queixar à nossa equipe. “Eu sou hipertenso e diabético e não consigo encontrar minha medicação há meses. Eu uso fralda, pois operei a próstata e tem meses que não consigo, estou tendo que comprar fralda cara. O soro que o médico receitou para eu passar em locais onde tenho problemas de assadura, tem mais de quatro meses que não encontro. Eu acho que o dinheiro todo foi gasto em campanha, rapaz, aí fica aí enganando o povo, dizendo que é culpa do fornecedor, há cinco, seis meses. Qual é o fornecedor que não quer vender? Eles acham que nós somos idiotas. O dinheiro todo foi gasto na campanha e não tem remédio para o povo. Meus remédios são de uso contínuo e deveriam ser fornecidos gratuitamente pela farmácia do posto e estou tendo que comprar tudo do meu bolso. O prefeito, a gente nem vê por aqui. Não conseguimos ver nem as secretárias, quem dirá o prefeito”, denunciou o idoso.

A gestão muncipal foi procurada para se manifestar a respeito dos problemas relatados pela população, mas preferiu não comentar as denúncias e informou que, em breve, se manifestará de forma pública e oficial.


Fan F1



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