terça-feira, 17 de abril de 2018

Justiça aceita denúncia contra técnicos em enfermagem acusados de cobrar para garantir cirurgias em hospital do AP

Denúncia foi recebida nesta segunda-feira (16) pelo juiz Ailton Vidal, da 2ª Vara Criminal de Macapá. O técnico em enfermagem também é acusado de assédio sexual. Eles foram denunciados em fevereiro.

Enfermeiro foi preso ao oferecer marcação cirurgica por dinheiro e sexo em Macapá. Paciente o denunciou à polícia
 (Foto: WhatsApp/Reprodução)

O juiz Ailton Marcelo Vidal, da 2ª Vara Criminal de Macapá, recebeu denúncia feita pelo Ministério Público do (MP) Amapá contra os dois técnicos em enfermagem acusados de vender vagas na fila de cirurgias no Hospital de Emergência (HE). Eles foram presos no dia 22 de fevereiro pela Polícia Civil, depois de uma denúncia anônima.
 
De acordo com o despacho do magistrado, o técnico em enfermagem do quadro efetivo vai responder por corrupção passiva, com previsão de reclusão de dois a oito anos e multa; assédio moral, que prevê pena de um a dois anos de prisão; e crime de concussão, que é receber vantagem indevida, em razão de função pública, podendo chegar a 8 anos de prisão.

Já a mulher, que prestava serviço terceirizado ao governo, vai responder pelo crime de corrupção passiva.

A dupla é acusada de cobrar dinheiro de pacientes para colocar o nome deles na frente de outros na fila de espera para cirurgias. De acordo com as investigações, em um dos casos, o técnico de enfermagem chegou a oferecer um desconto a uma paciente em troca de sexo.
 
Na denúncia, o MP informou que os dois confessaram os crimes. Eles foram liberados na audiência de custódia, realizada no dia 23 de fevereiro, e respondem em liberdade. A decisão da audiência foi assinada pelo juiz Rogério Funfas e determinou medidas restritivas aos dois, como comparecimento mensal à Justiça, proibição de deixar a capital por mais de três dias e recolhimento.

Acusações

Segundo a denúncia, o técnico do HE tinha a ajuda da colega. Ele pediu à paciente R$ 1,2 mil pelo agendamento, para garantir o nome na lista. Diante da negação, o técnico insistiu, baixando o valor para R$ 800 e o restante, R$ 400, ela poderia quitar mantendo relação sexual com ele.

A usuária, que estava internada desde o dia 4 de fevereiro na unidade de saúde, denunciou o caso à direção do hospital, que acompanhou a vítima até a 6ª Delegacia da Polícia Civil. Ela apresentou gravações telefônicas e conversas mantidas pelo WhatsApp.

Na época, o delegado que acompanhou o caso, Leonardo Brito, informou existem várias suspeitas contra o técnico em enfermagem, mas as vítimas não apresentavam provas.

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