segunda-feira, 9 de abril de 2018

Novas denúncias contra médico suspeito de fazer cirurgia sem autorização de paciente são apuradas pelo CRM-MT

Paciente alega que médico esqueceu gaze dentro dela - Foto: TVCA/reprodução

Novas denúncias de supostas irregularidades cometidas pelo médico Júlio César da Silva, que trabalhava no Hospital Municipal de Tapurah, a 414 km de Cuiabá, durante cirugias, estão sendo investigadas pelo Conselho Regional de Medicina (CRM).
 
Uma delas é da dona de casa Adeir Maria de Oliveira, que foi operada em setembro de 2017 pelo médico para a retirada de apêndice. Após a cirurgia, ela teve uma infecção e precisou realizar duas cirurgias, que foram feitas no Hospital Regional de Sorriso, a 420 km de Cuiabá.
 
"Fiz a cirurgia de novo e fiquei três dias entre a vida e a morte na UTI", disse.
 
Adeir disse que após cirurgia teve graves infecções e ficou internada na UTI. Segundo ela, uma gaze foi esquecida dentro do abdômen dela e uma nova cirurgia precisou ser realizada para retirá-la.
 
"Nós fizemos uma nova consulta e o médico fez um ultrassom que mostrou o que havia algo dentro de mim", disse.
 
Júlio, que também era diretor clínico da unidade de saúde, foi demitido pela Secretaria Municipal de Saúde. Assim que foi dispensado, ele se mudou da cidade.
 
Ele disse que atua como médico há mais de 20 anos e que realizou mais de 200 cirurgias no município. Ele nega falhas durante as cirurgias.
 
"Existe todo um cuidado e regras que a gente segue para que este tipo de coisa não aconteça", contou.
 
De acordo com o secretário de Saúde de Tapurah, Marco Antônio Felipe, até então não havia sido recebida nenhuma denúncia sobre as cirurgias ou outro procedimento realizado pelo médico que trabalhou no município, por mais de um ano.
 
No entanto, no dia 23 de fevereiro deste ano foi alertado por um membro do Conselho Municipal de Saúde.
 
"Fomos alertados que poderia haver erros médicos nas cirurgias e solicitamos que as cirurgias eletivas fossem canceladas", disse.
 
A presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso, Maria de Fátima Carvalho, disse que não existe nenhuma representação contra o médico, no entanto, um processo administrativo e uma sindicância foram abertos para avaliar os fatos denunciados.
 
"Recolhemos os documentos para formalizar este relatório final da sindicância", afirmou.

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