Mãe da paciente de 1 ano e 11 meses disse que a menina foi transferida para uma UTI após ser medicada e morreu ao sofrer 16 paradas cardíacas.
Menina morreu após dar entrada em Unidade de Pronto Atendimento de Araguaína |
Uma criança de um ano e 11 meses morreu enquanto era atendida em um hospital público de Araguaína, na região norte do Tocantins. A mãe da menina diz que o diagnóstico divulgado pela equipe de atendimento foi infecção de garganta, mas o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que pequena Karine morreu por dengue hemorrágica. Depois de ser medicada, a paciente foi transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sofreu 16 paradas cardíacas e morreu. A família afirma que houve negligência e omissão de socorro.
A pequena Karine morreu em setembro deste ano, mas a mãe ainda tenta entender o que aconteceu. Gardênia Pereira, conta que a menina deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na manhã do dia 16 após passar mal em casa.
"Chegando lá ela passou por triagem, botaram a pulseira amarela nela. Quando vieram atender era onze e pouco. Aí atendeu, ela [médica] não examinou ela corretamente e falou que ia passar uma dipirona na veia da neném e um soro pequenininho", lembra a mãe.
Gardênia disse que no mesmo dia a paciente teve alta após ser diagnosticada com infecção de garganta. Sem melhorar, retornou à unidade horas depois e foi atendida pela mesma profissional. A mãe conta que a garota teve piora no quadro de saúde ao ser medicada pela segunda vez.
Laudo diz que menina diagnosticada com infecção de garganta morreu por dengue hemorrágica |
"Era a mesma médica e eu falei: 'Doutora, ela não ficou boa. Ela está pior do que ela veio'. E ela falou que ia deixar ela de observação e falou que ia passar dipirona de novo. A neném passou a noite toda passando mal. Quando amanheceu o dia ela começou a vomitar sangue".
Por causa da gravidade, Karine foi transferida para uma UTI do Hospital Municipal de Araguaína, mas sofreu 16 paradas cardíacas e morreu. O laudo do ML confirmou que a garota morreu por causa de uma dengue hemorrágica, diferente do que foi relatado pela médica que atendeu a menina.
A família denunciou o caso, procurou o Ministério Público Estadual (MPE) e contratou uma advogada. "A médica plantonista não soube dar um diagnóstico preciso. Houve negligência porque ela tinha conhecimento, ela sabia como fazer, porém não fez", disse a advogada Naghila Cris Mendes.
O MPE solicitou a abertura de um inquérito pela Polícia Civil e informou que encaminhou a declaração da mãe da criança ao Conselho Nacional de Medicina (CRM).
Outro lado
O CRM informou que o caso já está sendo investigado por uma sindicância e que não vai se pronunciar. Já a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguaína disse que está à disposição da família da paciente e dos órgãos responsáveis para qualquer esclarecimento.
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