domingo, 22 de dezembro de 2019

“Mandou meu filho para morrer em casa”, diz pai que acusa médico camaquense de negligência

Bebê prematuro morreu com 13 dias de vida, após ganhar alta hospitalar com 1.850 gramas



O programa Primeira Hora, transmitido na manhã desta sexta-feira (20), recebeu o casal Henrique Jacobsen e Simone Oliveira, pais de Pyettro Henrique de Oliveira Jacobson, bebê prematuro que morreu com apenas 13 dias de idade. A família acusa um médico camaquense de negligência, já que o recém-nascido recebeu alta hospitalar com apenas 1.850 gramas, de acordo com os pais.

Os pais da criança registraram um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Camaquã contra o profissional, que atua no Hospital Nossa Senhora Aparecida. De acordo com Henrique, eles conheceram o médico apenas no momento em que ele concedeu a alta hospitalar: “Ele chegou para atrapalhar minha vida”, lamentou o pai, bastante emocionado.

Henrique também questiona o fato de o filho ter recebido tratamento diferente de outro recém-nascido: “Um bebê que nasceu no mesmo dia, com 2 kg, ele mandou para Porto Alegre”, acusou. Durante a entrevista, o pai lamentou a morte do bebê e proferiu várias críticas contra o médico: “Ele mandou meu filho para morrer em casa”, declarou.

A mãe de Pyettro, Simone Oliveira, já tem outros quatro filhos, dos quais três nasceram prematuros. Nas oportunidades, os bebês nasceram em Porto Alegre e, de acordo com ela, só foram liberados do hospital quando atingiram um peso de 2,5 kg. A mãe declara que não recebeu muitas recomendações por parte do profissional: “Quando falei que não conseguia amamentar, ele disse que eu poderia dar leite de caixinha normal para o bebê”, revelou durante a entrevista.

Os pais também alegam que falaram com a direção do Hospital Nossa Senhora Aparecida. A instituição teria se comprometido em abrir uma sindicância para apurar o caso. No entanto, o HNSA ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. As vítimas também buscam contato junto à Defensoria Pública, mas o recesso no judiciário, iniciado nesta sexta-feira, deve fazer com que o caso seja denunciado somente em janeiro. A família também mantém contato e deve formalizar denúncia no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, o Cremers.



Entenda o caso

O caso começou quando Pyettro nasceu prematuro de uma gestação de sete meses, no dia 2 de dezembro. Internado no hospital de Camaquã, o recém-nascido iniciou o tratamento, mas acabou recebendo alta médica no dia 4 de dezembro, mesmo estando com 1.850 gramas.

De acordo com o Ministério da Saúde, caso o bebê nasça prematuro e/ou com baixo peso (menor que 2.500 gramas), e precise ficar internado, o SUS disponibiliza uma atenção humanizada não só ao recém-nascido, mas a toda sua família. De acordo com os pais de Pyettro, o médico nem sequer tentou leito para o bebê.

No dia 10 de dezembro, os pais da criança chegaram a levar o bebê para vacinação. A técnica de enfermagem, entretanto, atestou que o bebê não tinha peso suficiente para receber as doses. Na data, Pyettro pesava 1.380 gramas, abaixo do peso que havia deixado o hospital seis dias antes.

O bebê acabou sofrendo várias paradas cardíacas na noite do dia 13 e veio a óbito na madrugada do dia 14 de dezembro. Na certidão de óbito, a sepsis neonatal, pneumonia e prematuridade são apontadas como as causas da morte do recém-nascido.

Acústica FM

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