Uma mãe e um bebê morreram, no último domingo (2), após durante trabalho de parto no Hospital Nair Alves de Souza, no município de Paulo Afonso, no norte da Bahia. A família acusa o médico de negligência.
De acordo com informações enviadas por familiares, Edilane Rocha da Silva, de 28 anos, estava indo a unidade de saúde desde a última quinta-feira (28) para receber o bebê, mas não conseguia ser internada. No domingo (1°), retornou ao local e finalmente conseguiu a vaga. No entanto, na tarde da última segunda-feira (2), por volta das 14 horas, ela veio a óbito, após complicações.
De acordo com depoimento emocionada de Edilene Rocha, mãe da vítima, a gestante informou que estava passando mal, porém foi tratada com descaso pelo médico e enfermeira.
“Ela disse: ‘mãe, eu to passando mal. Eu não estou enxergando, estou ficando cega’. Eu gritei a enfermeira e ela veio falando que é normal, que todo mundo que vai parir tem eclampsia. Eu disse que não era normal. Aí eu falei: ‘doutora, chama o médico’ e ela, quando viu que eu estava certa, chamou o médico. Eles ficaram mexendo pra lá e pra cá e quando falei que minha filha estava morrendo, o médico disse: ‘você não sabe de nada, não é médica'”, disse.
No vídeo obtido pelo Varela Notícias, dona Edilene lamentou a morte da filha e reforçou que desde quinta que tem buscado a internação da filha, que tinha 9 meses e 10 dias de gestação.
“Agora está aí meus dois netinhos sem mãe. É muito assistir sua filha morrer sem poder fazer nada”. E completou. “Foi quinta, sexta, sábado e somente no domingo que internaram ela”, desabafou Edilene.
O Hospital Nair Alves de Souza, gerenciado pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), tem sido alvo de diversas críticas de moradores locais por conta da qualidade dos serviços prestados e falta de estrutura.
A Chesf, por meio de uma nota de esclarecimento à sociedade, informou que as atividades do Hospital Nair Alves de Souza-HNAS não sofreram solução de continuidade. Companhia ainda revelou que deflagrou processo licitatório visando a contratação da empresa prestadora de serviços médicos, uma vez que o contrato em vigor, se expiraria às 23h59 do dia 30 de novembro.
Confira:
“O processo licitatório deflagrado e ora em curso, já tem empresa habilitada, porém, ainda não foi concluído em razão da interposição de recursos administrativos pelas demais licitantes em face da decisão administrativa de habilitação, o que, por força do rito legal a ser observado, impediu a sua conclusão até o momento.
Diante desse cenário, a Chesf preocupada em garantir o atendimento de saúde à população, decidiu deflagrar procedimento administrativo para contratação de empresa prestadora de serviços médicos, mediante dispensa de licitação em caráter emergencial, sendo que o contrato daí derivado vigorará até a conclusão do processo licitatório em curso, respeitado o limite máximo fixado em lei para esta modalidade de contratação.
É oportuno salientar que, uma vez tendo a Chesf, por dever de cautela, optado pela contratação emergencial, buscou-se, em um primeiro momento, contratar a empresa com a qual a Companhia mantinha relação contratual até a data de ontem, entretanto, para a iniciativa da Chesf de realizar a contratação emergencial por um prazo necessário à conclusão do processo licitatório, não houve concordância da empresa prestadora do serviço.
Em razão disso, a Chesf, para fins de contratação emergencial, contatou a empresa que foi habilitada no processo licitatório em curso, consultando-a acerca de eventual interesse em contratar mediante dispensa de licitação, bem como se teria condições de assumir o serviço, tão logo fosse celebrado o contrato, evitando-se, assim, a descontinuidade e os graves prejuízos dela decorrentes.
Com a concordância formal dessa empresa, de imediato, a Chesf adotou todos os esforços necessários à conclusão da contratação emergencial. Por sua vez, a empresa, ora contratada, visando valorizar o corpo médico existente no HNAS, iniciou tratativas no tocante à contratação desses profissionais médicos.
Os contatos foram intensificados e as contratações sendo realizadas de modo que se evitou a descontinuidade dos serviços.
Cumpre registrar que a Chesf, durante todo esse processo, dada a emergência da situação, agiu de forma a oportunizar o contato entre a Contratada e o corpo médico, acompanhando em tempo integral o desfecho das negociações visando garantir o fechamento das escalas dos plantões médicos.
Todo o acima exposto, evidencia o compromisso da Chesf no sentido de garantir a continuidade e a normalidade da prestação dos serviços médicos do HNAS, não tendo ocorrido a alegada suspensão das atividades, infeliz e equivocadamente, veiculadas para a sociedade, o que se mostra uma conduta preocupante e de consequências danosas, além de não contribuir para melhoria da saúde do município de Paulo Afonso e região.
Saliente-se que, durante todo esse processo de contratação emergencial, a Chesf interagiu com o Ministério Público Federal- MPF em Paulo Afonso, o qual está ciente de todas ações adotadas para a garantia da continuidade das atividades médicas do HNAS, assim como a Secretaria Municipal de Saúde que, através de seu Secretário visitou na data de hoje o Hospital, buscando informações acerca de todo o processo acima exposto.
Por fim, é importante registrar para a sociedade que a Chesf continua garantindo a manutenção dos serviços médicos em respeito à população e à decisão judicial, bem como espera que estes esclarecimentos tranquilizem a população, vez que as equivocadas notícias que circulam não foram obtidas perante os órgãos administrativos desta Companhia, os quais sequer foram consultados previamente.”
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