A suspeita é que material cirúrgico tenha sido esquecido no corpo da mulher de 28 anos na maternidade Cândida Vargas, em João Pessoa
Familiares de Keliane Neves do Nascimento, que morreu após um suposto erro médico durante a parto, na maternidade Cândida Vargas, em João Pessoa, cobram mais rapidez nas investigações. O prazo chegou a ser estendido, mas até o momento a família espera por resposta.
Há praticamente um mês e meio a saudade e a busca por justiça predominam na casa da família de Keliane. O filho da jovem esta com 4 meses e é criado pela avó. Do parto até a morte da jovem, que tinha 28 anos, foram poucos meses de contrato entre mãe e filho. Keliane deixou ainda a filha mais velha, de 7 anos.
Hoje a mãe de Keliane, Maria das Dores, se divide entre o luto e os cuidados com os dois netos. A mãe das crianças teve morte encefálica protocolada no dia 19 de dezembro do ano passado. Mesmo com o protocolo encerrado, a família não permitiu o desligamento dos aparelhos.
Na noite de natal, a jovem teve uma parada cardíaca, tirando de vez a esperança que a família ainda tinha. A suspeita é que a morte foi motivada por erro médico. Material cirúrgico teria sido deixado no corpo de Keliane durante o parto.
Com todos os documentos que a família teve acesso várias dúvidas ficaram sem respostas. A prima de Keliane aponta algo que era desconhecido pelos parentes até a chegada do laudo cadavérico.
"Retiraram o útero dela e não falaram para a gente. Não tá em nenhum local do prontuário, porque tem partes do prontuário que mostram resumo de cirurgias, as coisas foram feitas nela, e lá tem dizendo que foram feitas as laparotomia, a retirada partes do intestino, só que não fala que tinha uma histerectomia, que é a retirada do útero. A gente só ficou sabendo no laudo do IML, porque consta ausência de útero", relatou.
A família cobra respostas da Secretaria de Saúde de João Pessoa e do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, que havia indicado que o resultado de uma sindicância sairia dia 27 de janeiro, o que ainda não aconteceu. Apesar da expectativa de que fosse concluída antes, a investigação continua.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina informou que uma sindicância foi aberta no dia 17 de dezembro para investigar a morte de Keliane. O prazo para a conclusão é de 6 meses e ainda pode ser prorrogado por mais seis.
A família reclama ainda da falta de assistente da Secretaria de Saúde de João Pessoa, após a morte da jovem na maternidade. Mãe e filha de Keliane só foram assistidas quando buscaram um auxílio na cidade de Bayeux, onde moram. Elas explicam que a busca por justiça é uma forma de evitar que outras pessoas também passem pela mesma situação.
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