"Com 36 semanas de gestação, minhas filhas morreram por causa de negligência médica", afirmou a jovem
Moradora de Aparecida quer processar HMI após perder gêmeas |
Moradora de Aparecida de Goiânia, Vanessa Freitas Lima, de 23 anos, pretende mover uma ação judicial contra o Hospital Estadual Materno-Infantil Dr. Jurandir do Nascimento (HMI) por negligência médica.
A paciente estava grávida de gêmeas e perdeu os bebês ainda no útero no último dia 3 de fevereiro.
Vanessa, que é manicure e reside no setor Rosa dos Ventos, disse que já procurou um advogado e aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para acionar a Justiça.
“Com 36 semanas de gestação, minhas filhas morreram por causa de negligência médica”, afirmou a jovem.
Procurada pela Folha Z, ela relatou o ocorrido.
Entenda
No dia 18 de janeiro de 2020, Vanessa estava grávida de 34 semanas, quando deu entrada no HMI sentindo dores.
Ela contou que foi internada na unidade de saúde com infecção de urina e ficou no hospital por 4 dias.
Ao receber alta, a paciente disse que foi orientada a retornar em 3 dias. No retorno, uma médica teria dito a ela que tudo estava normal com a gravidez e que era necessário esperar as 36 semanas para fazer o parto.
Vanessa Freitas Lima ao lado do marido, Vanderlei Francisco do Amaral |
Síndrome da Transfusão Feto-Fetal
No dia 29 do mesmo mês, Vanessa disse que voltou ao HMI para fazer uma ultrassonografia de rotina.
Após realizar o exame, ela contou que a médica disse a ela para procurar a emergência, porque o líquido amniótico de uma das crianças estava maior do que da outra.
A paciente disse à reportagem que essa mesma profissional solicitou um novo ultrassom, desta vez para saber o peso dos bebês.
No resultado, a profissional suspeitou da ocorrência da Síndrome da Transfusão Feto-Fetal, quando um bebê transfere sangue para o outro (ocorre na mesma placenta, ou seja, com gêmeos idênticos).
Mudança de turno
Na sequência, segundo Vanessa, houve troca de plantão e um 3º médico entrou para avaliá-la.
Esse profissional, segundo ela, disse que estava tudo normal com a gravidez e, ao ouvir a notícia, ela foi embora.
Porém, durante o pré-natal, já no dia 31 de janeiro, Vanessa relatou que novamente reclamou de dores.
De acordo com ela, os especialistas afirmaram de novo que estava tudo normal e, na segunda-feira, dia 3 de fevereiro, realizaria o parto.
A paciente retornou no dia 3 para o procedimento, mas ela afirmou que o médico encontrou dificuldades para ouvir os batimentos cardíacos dos bebês.
Foi solicitado um novo ultrassom e nele constatou-se o óbito das crianças. No mesmo dia, às 15h, Vanessa disse que as filhas foram retiradas do seu útero, já sem vida.
“Vocês estiveram meses em meu ventre e eu sonhava com a hora em que finalmente poderia ter minhas princesas em meus braços. Infelizmente, vocês saíram de dentro de mim para dentro do meu coração, vivendo com as minhas mais lindas lembranças”, lamentou a jovem por meio das redes sociais.
Agora, ela exige explicações do hospital.
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